JOGOS: Call of Duty: Modern Warfare | Análise

12.11.19


Qualquer pessoa que goste de videojogos, quer seja apenas um jogador casual ou o mais acérrimo fã, seguramente já ouviu o termo Call of Duty, uma vez que são inúmeros os títulos que compõem a totalidade da coletânea. Agora, chegou até nós Call of Duty: Modern Warfare, sensivelmente 12 anos depois de Call of Duty 4: Modern Warfare.

O tempo não pára e muda a ritmo alucinante, por isso não é de estranhar que desde 2003 até os dias de hoje, a Infinity Ward infinda esforços para adequar os seus títulos aos tempos modernos, ou melhor, sendo mais preciso, à forma como a guerras nos flagelam atualmente. Depois de passar pelos mais díspares e icónicos conflitos históricos que as guerras proporcionaram no passado, desta vez e tal como vivemos no dia a dia, as nossas preocupações centram nos grupos terroristas, onde os seus militantes vivem constantemente camuflados na nossa sociedade, atacando-nos quando menos esperamos.


Em Call of Duty: Modern Warfare, seguimos a história de Alex, um oficial da CIA que durante uma missão secreta com o objetivo de recuperar uma arma química, depara-se com uma emboscada, sendo o único sobrevivente da sua equipa e perdendo o rasto ao armamento. Os terroristas responsáveis pertencem à Al-Qatala e para piorar a situação desde si já muito tensa, um atentado de proporções dantescas é cometido em pleno centro da cidade inglesa de Londres, mais concretamente em Piccadilly Circus. Rapidamente é desencadeada uma autentica caça ao homem, neste caso e mais concretamente a dois homens, Omar “The Wolf” Sulaman e Jamal “The Butcher” Rahar. Alex é enviado para uma zona fictícia, o Urziquistão, para em conjunto com as forças rebeldes existentes nesse país, lideradas por Farah Karim, encontrarem o gás químico roubado e ao mesmo tempo libertar Urziquistão da tirania das tropas russas, que têm o seu expoente máximo, o líder e general Roman Barkov. E tal como já todos viram nas diversas imagens do jogo, o lendário Capitão Price vai estar presente.


Basicamente e de uma forma sucinta, a trama está apresentada e de modo a não comprometer a experiência de quem quer vivenciar o desenrolar desta história em primeira mão, apenas posso afirmar que irão percorrer distintas zonas geográficas, em missões em modo furtivo, outras onde a ação é completamente surreal e caótica, enfrentando os mais díspares tipos de inimigos, desde o bombista suicidada até ao sniper que nos tenta atingir de longo alcance, passando pelos tradicionais grupos de militares mais ao estilo de infantaria.

Em termos de modos de jogo disponíveis, Call of Duty: Modern Warfare tem obviamente uma grande componente online e outra coisa não seria de esperar. Confesso que sou um fã acérrimo e dedicado à campanha a solo, atrevendo-me a dizer que apostava as fichas todas nessa vertente, mas escrever sobre um título de Call of Duty sem a existência de multiplayer, soaria um pouco estranho. Existem duas grandes formas de abordar experiência online, ou seja, cooperativamente com a ajuda de amigos verdadeiros online ou elementos completamente estranhos, ou então de uma forma competitiva a solo. O destaque vai para o modo Operations onde nos podemos juntar a três companheiros de armas para em conjunto concluir determinadas missões e o modo Survival, um exclusivo temporário para a PlayStation 4, onde nos temos que defendermos de inimigos até não conseguirmos mais, alcançando a maior pontuação possível. Em ambos os modos, ou melhor em todos, o nosso sucesso irá depender de quem estiver a combater ao nosso lado, pois se tivermos o azar de apanhar maus “irmãos de armas”, seguramente vamos sofrer. 


Competitivamente podemos contar com os tradicionais e clássicos já presentes nas edições anteriores, mas o destaque vai para o Ground War, onde é possível reunir aproximadamente 64 jogadores em simultâneo, num dantesco mapa e onde é possível recorrer a artilharia mais pesada de modo a ser coroado o “Lord of War”. De fora, pela primeira vez desde o ano de 2013 com Call of Duty: Ghosts, está o modo Zombies, mas ao invés Call of Duty: Modern Warfare inclui o modo Spec Ops, uma espécie de opção que mistura um pouco da narrativa da campanha com opções relativas ao multiplayer.

A jogabilidade de um título com a chancela Call of Duty só podia estar num nível tremendamente elevado. Ano após ano é notório o progresso e evolução nessa vertente, sendo que Call of Duty: Modern Warfare inovou mais uma vez, dando passos firmes na aproximação da ficção á realidade. Situações como missões onde podemos criar a necessidade de recorrer aos óculos de visão noturna, destruindo as luzes em redor e ganhando vantagem sobre o incauto, estão incrivelmente recriadas e detalhadas que a sensação é corretamente transmitida. Outro exemplo é a situação especifica de um conflito onde existe a necessidade de sermos o mais silencioso possível, chegando bem perto do inimigo, eliminando-o sem ruído algum. Novidade pura é o facto de pela primeira vez na série Call of Duty, ser possível recarregar as armas enquanto fazemos mira ao inimigo ao mesmo tempo. Tudo bem que são pormenores, mas estes e outros detalhes que encontrarão no decorrer da ação, elevam a experiência a nível bastante distinto.


No grafismo, é possível seguir a mesma linha de raciocino que tive quando mencionei a jogabilidade, ou seja, é incrível a evolução nesse ponto. O nível de detalhe de certas e determinadas situações é tão elevado que por vezes dá mesmo que pensar se não estamos em plena batalha. Para além disso, existem missões onde a ação é tão frenética, com tanta coisa a ocorrer em simultâneo, onde por vezes pode gerar alguma confusão, mas pensem bem, não será mesmo assim na guerra violenta e sangrenta? E o mais inacreditável é que apesar de tanto caos no ecrã, tudo consegue fluir de uma forma bastante aceitável. A sonoplastia, apesar dos efeitos sonoros e músicas ambientes estarem no patamar que um jogo desta natureza exige, não trás nada de inovador e nada que já não tivéssemos visto em edições anteriores, mas sinceramente também não sei muito bem o que poderia ser melhorado. Nota negativa para a não existência do idioma Português nos menus e informações do jogo, o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.

Esta análise foi realizada através de uma cópia cedida pelo representante nacional de relações públicas.

Resumindo, Call of Duty: Modern Warfare corrige sobretudo uma lacuna que existiu no Black Ops 4, onde o modo campanha ficou posto de lado. É o regresso a uma história arrebatadora, com o retorno de personagens icónicas da série. Os restantes modos, mais concretamente o online estão ao nível que nos têm habituado os títulos antecessores, ou seja, bastante consistentes e do melhor que existe a este nível.

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