JOGOS: Lego DC Super Villains | Análise

31.10.18


Sejamos francos, a marca LEGO vende e muito, por isso não é de espantar o lançamento de novas produções (nos tempos mais recentes chegam a ser duas por cada ano), neste universo dos videojogos, que cada vez mais conquista fãs.

Depois de LEGO Marvel's Avengers, LEGO Star Wars: The Force Awakens, LEGO Ninjago Movie Video Game, LEGO Marvel Super Heroes 2 e LEGO The Incredibles, só para citar os mais recentes, agora chega a vez de LEGO DC Super-Villains.


A semelhança dos seus antecessores, a TT Games foi novamente a responsável pelo seu desenvolvimento e mais uma vez usou a fórmula que tanto sucesso obteve no passado, mudando essencialmente as personagens e o universo que as envolve. Aqueles que percorreram todos os títulos da série, conseguem rapidamente aferir algumas evoluções, no entanto, a matriz é perfeitamente a mesma. Por um lado, pode ser encarado como sinal de êxito, (em equipa que ganha não se mexe), por outro, sobretudo para os mais exigentes, é sinal claro de estagnação. No entanto, temos que ser realistas, apesar da marca LEGO ter apaixonados de todas as idades, o seu segmento enquadra-se numa faixa etária infantil e esse público alvo, pouco se importa se existe inovação ou não, a ideia passa sempre pelo mesmo, diversão com as suas personagens favoritas.

Pela primeira vez desde o aparecimento dos jogos da LEGO, desta vez o jogador não assume o papel do herói, mas sim o de vilão, tal como o próprio nome do título indica, pelos menos numa fase inicial. A sua história, é realmente um aspeto a salientar, porque é verdadeiramente emocionante, divertida, cativante e com diversos volte-faces dignos de um autêntico filme de Hollywood, mas já lá vamos.

Logo após iniciar a nossa aventura, somos presenteados com uma novidade, a obrigatoriedade de criar a nossa personagem LEGO, em modo vilão, que irá ter um papel predominante em toda a trama. Se em outros títulos era possível conjugar algumas peças dos inúmeros bonecos LEGO para termos algum diferente dos demais, desta vez o nível de personalização é gigantesco e de certeza que agrada a todos os gostos, até aos mais extravagantes. São realmente bastantes, desde cabelos, faces, formas, roupas, cores, gritos de guerra, poderes especiais, armamento, entre outras, para além de terem que o batizar com o nome de guerra que acharem conveniente.


Depois de personalizado a gosto, nada melhor para um fora da lei do que iniciar a sua demanda, logo a fugir de uma prisão de alta segurança e a juntar-se com outros vilões, no entanto, subitamente tudo se altera. Os habituais Super-Heróis que predem os vilões, são sequestrados pelo Justice Syndicate, uma organização criminosa que pertence a outra dimensão e apenas aparecerem no planeta Terra com um objetivo claro e concreto, roubar um item precioso que irá proporcionar a governação do universo. Os Super-Heróis são substituídos por uns realmente embusteiros e é aqui que surge um verdadeiro twist! Os outrora vilões, assistiram a tudo ficando incrédulos, pelo que irão fazer tudo que estiver ao seu alcance para recuperar os verdadeiros Super-Heróis. Confusos? É caso para afirmar, nunca foi tão bom ser mau da fita.


Os mais assíduos dos jogos da LEGO já sabem o que contar, uma história verdadeiramente bem escrita e organizada, com as tiradas humoristas que já nos habituaram ao longo destes anos e um universo rico e repleto para explorar, desta vez ligado a DC. Paralelamente ao modo história e assim que o vão percorrendo os diferentes capítulos, vão sendo desbloqueadas tarefas extras que aumentam a longevidade do título. Missões secundárias, dispares corridas e ainda inúmeros colecionáveis são alguns dos exemplos que o jogador terá ao dispor, para além do modo Free Play, que possibilita a repetição do nível utilizando personagens diferentes.

A nível gráfico e sonoro, Lego DC Super Villains não inova, mas mantêm os padrões em patamares elevados sempre apresentados nos títulos da LEGO, repleto de cores vibrantes e intensas, com muita coisa a acontecer em simultâneo. As vozes das personagens, os efeitos sonoros e as músicas existentes, estão no ponto certo dando um toque que qualidade ao jogo, envolvendo claramente o jogador no espirito e no universo da DC. No entanto, dois aspetos que já me tinham desagradado nos anteriores e mais uma vez essas situações ocorrem em Lego DC Super Villains. O primeiro é a falta de pelo menos a legendagem em Português (já nem refiro as vozes das personagens a serem dobradas para PT) o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados e o segundo é que em determinadas situações, quando jogado em modo cooperativo, o ângulo da camara em ecrã é dividido torna-se um verdadeiro incomodo, impossibilitando de ter uma vista limpa e desimpedida, muitas vezes confusa, fazendo perder a noção do local onde nos encontramos.


Em conclusão, Lego DC Super Villains mantêm-se fiel às raízes do passado, a uma fórmula que tanto sucesso obteve no passado, mudando essencialmente as personagens e o universo que as envolve. O risco da não inovação e melhoramento, pode ser encarado por alguns como um sinal claro de estagnação, no entanto, a história presente foi muito bem pensada, cativando o jogador até ao fim, mesmo que a jogabilidade seja mais do mesmo.


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