Fall of Light: Darkest Edition é descrito pelo estúdio que o desenvolveu, a RuneHeads, como um RPG de ação baseado numa história de um mundo consumido pela escuridão. O jogador assume o papel de Nyx, um velho guerreiro que embarcou numa jornada perigosa com sua filha, Aether, uma "criança índigo" que irradia luminescência. Somente juntos eles serão fortes o suficiente para completar sua missão: alcançar o último lugar na Terra ainda banhado pela luz do sol.
A premissa era prometedora, mas
mesmo antes do jogador assumir o controlo do velho guerreiro Nyx,
as cenas introdutórias deixam muito a desejar e pouco acrescentam a uma
história que tem que ser descoberta passo a passo e muito lentamente, no decorrer
da ação. Durante a demanda, Pai e filha, deparam-se com inúmeros perigos,
dispares inimigos, personagens pouco ou nada afáveis, quebra-cabeças, no
entanto, ao contrário de outros títulos do mesmo género, nada disto é
propriamente motivador e auspicioso, sobretudo a exploração, que por vezes é
demasiado inócua.
Mas se os factos apresentados já
eram poucos animadores, o combate conseguiu desiludir ainda mais. Por vezes, um
RPG até pode ser ligeiramente abaixo do razoável, mas se possuir uma mecânica
de combate prometedora, leva com que o jogador deixe para segundo plano os
outros parâmetros do jogo. Os movimentos tradicionais estão presentes, como o
ataque mais leve e o mais pesado, a possibilidade de defender, de esquivar,
tudo ações que nos consomem energia que nos é apresentada sob forma de uma
barra existente no topo do ecrã. Todas essas movimentações consomem energia,
que apenas só é recuperada caso a nossa personagem não execute nenhum desses
movimentos. Até aqui, nada de anormal, mas quando a meio de um combate, mesmo
com o inimigo marcado, por vezes e se calhar até demasiadas vezes, alguns
golpes não o atingem, por outro lado, golpes a mais longa distância, já o
atingem.
Mas nem tudo é abaixo do razoável
em Fall
of Light: Darkest Edition e um dos aspetos positivos é a excelente
ideia em ter Aether ao nosso lado, iluminando-nos o caminho e fortalecendo o
espirito guerreiro de Nyx, no entanto, em alguns momentos
torna-se complicado tê-la por perto de nós, sobretudo pela dificuldade em
clicar no botão correspondente a dar a mão a Aether e depois caminhar
com o manipulo direito.
O arsenal de armas é outro dos
pontos positivos de Fall of Light: Darkest Edition uma vez que a variedade é bastante
aceitável, e dos quais saliento naturalmente as espadas de curto alcance,
punhais, arcos e flechas e mesmo espadas mais pesadas que terão que ser
manobradas com as duas mãos Nyx, impossibilitando a utilização
de mecanismo de proteção, como o escudo. Sempre que trocamos de arma, a sua
antecessora é deixada para trás, sendo possível, em caso de não adaptação à
atual, podermos voltar atrás para recolher a anterior, no entanto, por vezes
torna-se complicado saber em que local foi deixada.
Graficamente Fall of Light: Darkest Edition
possui um estilo visual muito próprio e como não poderia deixar de ser é amiudamente
escuro, sombrio e taciturno. Apesar de não poder sequer ser comparado com o
grafismo exibido por títulos de maior dimensão, o estilo simplista é regular em
toda a jornada e cumpre o seu propósito, mas sem deslumbrar.
Infelizmente a sonoplastia é outro
dos componentes que deveria ter sido melhor explorada, porque se fosse de
melhor qualidade, poderia elevar este título a outro patamar. É notória a falta
de investimento neste aspeto e apesar de Nyx ser um cavaleiro mudo, as poucas
vozes presentes durante a ação são pouco trabalhadas.
Resumindo, Fall of Light: Darkest Edition
fica longe dos patamares exigíveis para a realidade dos videojogos atuais e só
é compreensível se tivermos em conta que este é seguramente um “Low Budget Project” e ao que pude apurar foi apenas desenvolvido por dois membros da
equipa da RuneHeads. A mediocridade sobrepõe-se na maioria do tempo de
jogo, ficando com a sensação que se houvesse maior investimento,
afinando/melhorando determinados aspetos, o jogo poderia ser elevado a outro
patamar.
NOTA: Esta análise foi
possível realizar graças ao envio do código do jogo por parte da Digerati. A plataforma
utilizada foi a PlayStation 4 verão normal.
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