Fazem parte do Grupo C as seleções da Austrália, do Peru, da França e da Dinamarca, prevendo-se uma forte luta pelo apuramento para a fase seguinte.
Começando pela seleção
teoricamente com menos hipóteses de apuramento, a Austrália, que apesar de
estar recheada de elementos que atuam fora do seu país de origem, nomeadamente
em Inglaterra, se a compararmos com as restantes equipas do grupo, deverá sentir
algumas dificuldades em conseguir apurar-se, no entanto não deverá ser excluída
a partida das contas finais do grupo, pois tem capacidade para causar alguns
problemas, sobretudo aos adversários que não a encararem com a devida
seriedade. Dos jogadores que o selecionador Bert Van Marwijk tem ao
seu dispor, destacam-se o guarda redes Mathew Ryan, fundamental na boa
campanha realizada pelo Brighton na Premier League, depois
de já ter passado com sucesso por clubes como Genk, Valencia e Brugge.
Um aspeto curioso é que os restantes 2 guarda redes convocados também foram
titulares nos seus clubes e com algum destaque, Brad Jones no Feyenoord
e Danny Vukovic no Genk. Aziz Behich, defesa
esquerdo com muitos anos de futebol turco ao serviço do Bursaspor, Aaron
Mooy médio todo o terreno, decisivo na boa época realizada pelo Huddersfield
Town na Premier League, Tom Rogic imprescindível no
inevitável campeão da Escócia, Celtic, Mathew Leckie com muitos
anos de experiência no futebol alemão e o carismático Tim Cahill que apesar de
estar longe do fulgor de outros tempos, pois conta agora com 38 anos, a
qualidade técnica está presente.
A seleção do Peru, apesar de já ter
estado presente em 4 edições do Campeonato do Mundo, não almejava tal feito à
36 anos, quando disputou o saudoso Mundial de 1982, no entanto garantiu uma
vaga para o Russia 2018 e terão que ser obrigatoriamente incluídos nas
contas do grupo pois reúnem um grupo de jogadores com grandes atributos
técnicos, tipicamente sul americanos, o que é sempre um apontador de potencial
qualidade. O argentino Ricardo Gareca tem a difícil missão
de guiar os peruanos à fase seguinte e para tal selecionou 23 elementos dos
quais se evidenciam, Miguel Trauco, defesa esquerdo com
grande propensão ofensiva que joga nos brasileiros do Flamengo, Christian
Cueva médio de características ofensivas do São Paulo, Renato
Tapia, jovem médio que fez parte da sua formação nos holandeses do Twente
e foi campeão na época de 2016/17 ao serviço do Feyenoord, apesar de
estar temporada ter estados uns furos abaixo do que já evidenciou e Jefferson
Farfán, o fantástico avançado com muitos anos de futebol europeu,
atualmente com 33 anos, mas que ainda se revelou decisivo para a conquista do
título de campeão nacional russo, ao serviço do Lokomotiv de Moscovo,
apontando 14 golos. Notas finais e de destaque para os conhecidos do futebol
português, Alberto Rodríguez (Braga, Sporting CP, Rio Ave), Luis
Advíncula (V. Setúbal), Paolo Hurtado (Paços de Ferreira e V.
Guimarães) e André Carrillo (Sporting CP e SL Benfica). Para terminar,
relevo para a inclusão de Paolo Guerrero, sem a certeza que
poderá ser utilizado, uma vez que está castigado, no entanto, a Federação
Peruana está a tentar a sua despenalização.
A França, finalista vencida
do último Europeu, caindo aos pés de Portugal, apresenta neste Mundial um
dos mais fortes planteis de todos que estão em competição, com soluções em
qualidade e quantidade para todos os setores, para além daqueles que ainda
ficaram foras das escolhas de Didier Deschamps, o que atesta bem
da capacidade desta seleção, uma das mais sérias candidatas a vencer o troféu
em disputa. Para ser o mais justo possível, o correto seria enumerar todos os
nomes dos 23 eleitos, assinalando-os como destaque, mas obviamente que a
estrela mais cintilante é Antoine Griezmann, que época após
época vem cimentando a sua relevância no panorama mundial, restando apenas
saber se irá permanecer no Atlético de Madrid ou protagonizar
uma transferência multimilionária no defeso. Paul Pogba, apesar de não
ter tido uma temporada fácil e ao seu nível, é um dos melhores médios do mundo
e quererá provar isso mesmo na prova, Raphael Varane e Samuel
Umtiti, um do Real Madrid, outro do Barcelona,
realizaram as melhores temporadas da carreira e formam uma das duplas de
centrais mais jovens, seguras e coesas na competição. Por fim, muita
curiosidade em saber o que irão conseguir fazer os meninos prodígios de apenas
19 e 21, Kylian Mbappé e Ousmane Dembélé.
Finalmente, a Dinamarca
uma seleção que faz do poderio físico e capacidade de luta, as suas
características principais. Depois de ser orientada durante anos a fio pelo
eterno Morten Olsen, os escandinavos são agora comandados pelo
norueguês Age Hareide, onde apenas no play-off conseguiu garantir uma
vaga no Russia 2018, eliminando a Republica da Irlanda. Ligeiro
favoritismo em relação a Peru e Austrália, mas necessita
de confirmar isso mesmo na luta dentro de campo. O lote dos eleitos é um misto
entre experiência e juventude, no entanto saltam á vista nomes como Kasper
Schmeichel guarda redes do Leicester City e filho de Peter
Schmeichel antiga glória do Man Utd e com passagem pelo Sporting
CP, Simon Kjaer defesa poderoso e verdadeiro globetrotter, pois
para além do seu país, já jogou em Itália, Alemanha, França, Turquia e Espanha,
Lasse
Schøne médio incansável e com facilidade de remate do Ajax
e claro Christian Eriksen, maestro principal de toda a manobra ofensiva
da seleção e da sua equipa o Tottenham. Depois a juntar a estes
elementos, muita juventude e com elevado potencial, como Andreas Christensen
defesa do Chelsea, e os avançados Kasper Dolberg do Ajax,
Pione Sisto do Celta de Vigo, Yussuf Poulsen do RB
Leipzig e Viktor Fischer do Copenhaga.
PREVISÃO:
França e Dinamarca
apurados, Austrália e Peru eliminados
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