DESPORTO: Mundial Rússia 2018 | Grupo C | Antevisão e Opinião

8.6.18


Fazem parte do Grupo C as seleções da Austrália, do Peru, da França e da Dinamarca, prevendo-se uma forte luta pelo apuramento para a fase seguinte.

Começando pela seleção teoricamente com menos hipóteses de apuramento, a Austrália, que apesar de estar recheada de elementos que atuam fora do seu país de origem, nomeadamente em Inglaterra, se a compararmos com as restantes equipas do grupo, deverá sentir algumas dificuldades em conseguir apurar-se, no entanto não deverá ser excluída a partida das contas finais do grupo, pois tem capacidade para causar alguns problemas, sobretudo aos adversários que não a encararem com a devida seriedade. Dos jogadores que o selecionador Bert Van Marwijk tem ao seu dispor, destacam-se o guarda redes Mathew Ryan, fundamental na boa campanha realizada pelo Brighton na Premier League, depois de já ter passado com sucesso por clubes como Genk, Valencia e Brugge. Um aspeto curioso é que os restantes 2 guarda redes convocados também foram titulares nos seus clubes e com algum destaque, Brad Jones no Feyenoord e Danny Vukovic no Genk. Aziz Behich, defesa esquerdo com muitos anos de futebol turco ao serviço do Bursaspor, Aaron Mooy médio todo o terreno, decisivo na boa época realizada pelo Huddersfield Town na Premier League, Tom Rogic imprescindível no inevitável campeão da Escócia, Celtic, Mathew Leckie com muitos anos de experiência no futebol alemão e o carismático Tim Cahill que apesar de estar longe do fulgor de outros tempos, pois conta agora com 38 anos, a qualidade técnica está presente.


A seleção do Peru, apesar de já ter estado presente em 4 edições do Campeonato do Mundo, não almejava tal feito à 36 anos, quando disputou o saudoso Mundial de 1982, no entanto garantiu uma vaga para o Russia 2018 e terão que ser obrigatoriamente incluídos nas contas do grupo pois reúnem um grupo de jogadores com grandes atributos técnicos, tipicamente sul americanos, o que é sempre um apontador de potencial qualidade. O argentino Ricardo Gareca tem a difícil missão de guiar os peruanos à fase seguinte e para tal selecionou 23 elementos dos quais se evidenciam, Miguel Trauco, defesa esquerdo com grande propensão ofensiva que joga nos brasileiros do Flamengo, Christian Cueva médio de características ofensivas do São Paulo, Renato Tapia, jovem médio que fez parte da sua formação nos holandeses do Twente e foi campeão na época de 2016/17 ao serviço do Feyenoord, apesar de estar temporada ter estados uns furos abaixo do que já evidenciou e Jefferson Farfán, o fantástico avançado com muitos anos de futebol europeu, atualmente com 33 anos, mas que ainda se revelou decisivo para a conquista do título de campeão nacional russo, ao serviço do Lokomotiv de Moscovo, apontando 14 golos. Notas finais e de destaque para os conhecidos do futebol português, Alberto Rodríguez (Braga, Sporting CP, Rio Ave), Luis Advíncula (V. Setúbal), Paolo Hurtado (Paços de Ferreira e V. Guimarães) e André Carrillo (Sporting CP e SL Benfica). Para terminar, relevo para a inclusão de Paolo Guerrero, sem a certeza que poderá ser utilizado, uma vez que está castigado, no entanto, a Federação Peruana está a tentar a sua despenalização.


A França, finalista vencida do último Europeu, caindo aos pés de Portugal, apresenta neste Mundial um dos mais fortes planteis de todos que estão em competição, com soluções em qualidade e quantidade para todos os setores, para além daqueles que ainda ficaram foras das escolhas de Didier Deschamps, o que atesta bem da capacidade desta seleção, uma das mais sérias candidatas a vencer o troféu em disputa. Para ser o mais justo possível, o correto seria enumerar todos os nomes dos 23 eleitos, assinalando-os como destaque, mas obviamente que a estrela mais cintilante é Antoine Griezmann, que época após época vem cimentando a sua relevância no panorama mundial, restando apenas saber se irá permanecer no Atlético de Madrid ou protagonizar uma transferência multimilionária no defeso. Paul Pogba, apesar de não ter tido uma temporada fácil e ao seu nível, é um dos melhores médios do mundo e quererá provar isso mesmo na prova, Raphael Varane e Samuel Umtiti, um do Real Madrid, outro do Barcelona, realizaram as melhores temporadas da carreira e formam uma das duplas de centrais mais jovens, seguras e coesas na competição. Por fim, muita curiosidade em saber o que irão conseguir fazer os meninos prodígios de apenas 19 e 21, Kylian Mbappé e Ousmane Dembélé.


Finalmente, a Dinamarca uma seleção que faz do poderio físico e capacidade de luta, as suas características principais. Depois de ser orientada durante anos a fio pelo eterno Morten Olsen, os escandinavos são agora comandados pelo norueguês Age Hareide, onde apenas no play-off conseguiu garantir uma vaga no Russia 2018, eliminando a Republica da Irlanda. Ligeiro favoritismo em relação a Peru e Austrália, mas necessita de confirmar isso mesmo na luta dentro de campo. O lote dos eleitos é um misto entre experiência e juventude, no entanto saltam á vista nomes como Kasper Schmeichel guarda redes do Leicester City e filho de Peter Schmeichel antiga glória do Man Utd e com passagem pelo Sporting CP, Simon Kjaer defesa poderoso e verdadeiro globetrotter, pois para além do seu país, já jogou em Itália, Alemanha, França, Turquia e Espanha, Lasse Schøne médio incansável e com facilidade de remate do Ajax e claro Christian Eriksen, maestro principal de toda a manobra ofensiva da seleção e da sua equipa o Tottenham. Depois a juntar a estes elementos, muita juventude e com elevado potencial, como Andreas Christensen defesa do Chelsea, e os avançados Kasper Dolberg do Ajax, Pione Sisto do Celta de Vigo, Yussuf Poulsen do RB Leipzig e Viktor Fischer do Copenhaga.



PREVISÃO:
França e Dinamarca apurados, Austrália e Peru eliminados

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