Como habitualmente nesta altura do ano, a Sports Interactive e a Sega, disponibilizam o título de gestão desportiva mais completo da atualidade, o Football Manager 2023.

Como se trata de um lançamento sazonal, as novidades e os novos desenvolvimentos são fundamentais para manter agradada a enorme legião de fãs que o título angariou, porém como concorre sozinho pelo título de melhor jogo do seu segmento, não necessita de grandes inovações, apenas circunstanciais melhoria e upgrades, modernizando a experiência. Este ano, FM 2023 chega ainda a mais plataformas, para além das habituais, inclusive a PlayStation 5 e mais tarde também à Nintendo Switch e Apple Arcade.

Já é um clichê nos meus artigos de opinião/análise, mas escrevi e volto a fazê-lo que o Football Manager e mesmo anteriormente o Championship Manager, fizeram parte do meu processo de crescimento enquanto pessoa e acompanharam-me desde que comecei a gostar de jogos de computador. Quem me conhece pessoalmente e faz parte da minha vida mais íntima, sabe bem os longos períodos de tempo que passei (e ainda passo, apesar de agora o tempo ser cada vez mais diminuto) em frente a um monitor onde, na grande maioria das vezes, só o CM/FM tinha lugar.

Na edição deste ano, as competições principais da UEFA estão finalmente licenciadas, algo que era anualmente discutido e é claramente uma excelente nota de destaque. Agora, a Liga dos Campeões, a Liga Europa, a Liga Conferência e a Supertaça Europeia, estão fielmente recriadas no jogo. Para citar alguns exemplos, os sorteios possuem agora o mesmo grafismo usado nos sorteios oficiais da UEFA na vida real, a publicidade nos estádios respeita os patrocinadores da prova, ou seja, tudo conjugado, dá uma sensação de envolvência muito mais representativa da realidade. Efetivamente é algo cosmético, mas que realmente era requerido pelos fãs durante muitos anos e que finalmente, isso foi agora tornado possível.

Na edição deste ano, as competições principais da UEFA estão finalmente licenciadas

Outra adição que me apraz mencionar e que pessoalmente era uma situação que tantos anos ansiei por algo do género é o Squad Planner. Nas versões anteriores, sobretudo nas mais recentes, já existia uma forma de realizar o planeamento, mas sinceramente não era tão ágil e assertiva quanto esta nova ferramenta. Agora é efetivamente mais descomplexo verificar a profundidade do plantel que temos à disposição, mas também conseguimos ter uma melhor visão sob as necessidades em termos de posicionais da tática que utilizamos, de modo a planear corretamente que posições devem ser reforçadas no mercado de transferências. Tudo através de um grafismo simples e bem estruturado, que permite rapidamente aferir das carências e necessidades do plantel, bem como perceber quais os valores emergentes e da formação, ou aqueles que estão no auge das suas capacidades, ou os mais experientes e a caminhar para os últimos jogos da sua carreira.

Outra adição que me apraz mencionar e que pessoalmente era uma situação que tantos anos ansiei por algo do género é o Squad Planner

Estas duas inovações foram as que me chamaram mais a atenção, talvez porque no meu íntimo eram aspetos que eu já desejava ver implementados há muito tempo atrás. Porém, existem mais novidades. Ligeiras modificações cosméticas na interface do jogo, organizando com maior assertividade algumas particularidades, melhorias gráficas no motor do jogo e a própria IA foi revista. Ainda no campo das novidades, agora os adeptos têm uma voz mais ativa e presente, quer nos momentos positivos, mas sobretudo nos menos bons, podendo ter uma quota parte de responsabilidade na altura de um hipotético despedimento. Por fim, também foi modernizado o processo que transferências, sobretudo a vertente de recrutamento evolvendo os olheiros do clube, assim como os agentes dos jogadores, tornando as operações mais semelhantes à realidade.

Em Football Manager 2023, as habituais componentes que constituem um jogo, narrativa, jogabilidade, longevidade e grafismo, não podem ser avaliadas da mesma forma que outro qualquer, uma vez que o título faz parte de num género muito especifico e, tal como indicado em cima, sem concorrência à altura. Ainda assim, apesar de ser cada vez mais superficial, são notórias algumas renovações na interface.

agora os adeptos têm uma voz mais ativa e presente, quer nos momentos positivos, mas sobretudo nos menos bons, podendo ter uma quota parte de responsabilidade na altura de um hipotético despedimento

Entrando agora no campo dos aspetos que considero menos positivos, que voltam a ser precisamente os mesmos, sobretudo das versões mais recente, ou seja, mais uma vez não existe uma versão mais clara ou branca da skin original e alguma ligas, equipas e competições não estão devidamente licenciadas. Dir-me-ão que tudo se resolve recorrendo a inúmeros sites espalhados pela internet fora e que com maior ou menor dificuldade repomos a realidade, no entanto, na minha opinião, se pagamos o jogo, não deveríamos ter a experiência completa e totalmente oficial? Eu percebo que atualmente, não só o Football Manager mas como outros jogos desportivos, passam pelo mesmo, ou seja o licenciamento nem sempre é fácil de gerir, mas num título onde não existe a concorrência, deveria ter o monopólio. A contrapor esse desidrato, é notório algum trabalho de bastidores da Sports Interactive, pois tal como referido acima, as competições principais da UEFA estão finalmente licenciadas. Esperemos que seja um passo forte, para que em edições futuras o cenário perfeito já aconteça.

Resumindo, Football Manager 2023 continua a ser ímpar no seu género, podendo ser considerado até mais do que um simples jogo, pois é usado por muitos com uma útil ferramenta de trabalho. As competições principais da UEFA licenciadas e o Squad Planner mais refinado, são as principais novidades, num título onde tudo já sem encontra num patamar muito elevado.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas