JOGOS: Bayonetta 3 | Análise

11.11.22

Recentemente tivemos acesso a mais um título, o Bayonetta 3, um exclusivo Nintendo Switch, desenvolvido pelos estúdios japoneses PlatinumGames e publicado em todo o mundo pela Nintendo.

Bayonetta 3 é a sequência direta do seu antecessor e é descrito pelo seus desenvolvedores como um jogo de ação-aventura do género hack and slash. Apesar de não ser totalmente obrigatório ter jogado os dois títulos predecessores para nos inteirarmos da trama, ter passado por essa experiência auxilia os jogadores, principalmente a achar o título mais agradável e convincente. O que não aconteceu comigo, pois esta foi a minha primeira aventura no universo Bayonetta.

Bayonetta 3 é a sequência direta do seu antecessor e é descrito pelo seus desenvolvedores como um jogo de ação-aventura do género hack and slash

Ainda antes de entrar diretamente na minha opinião sobre Bayonetta 3 necessito de referir que existiu uma grande polémica sobre a atriz que empresta a voz à personagem Bayonetta, uma vez que Hellena Taylor, responsável pela voz da personagem nos dois primeiros títulos, recusou participar no terceiro por considerar que a oferta contratual era insultuosa, pedindo aos fãs da saga de jogos que boicotassem Bayonetta 3. Para ajudar ao cenário, a atriz substituta, Jennifer Hale, tem emitido alguns comentários nas redes sociais, mostrando a sua solidariedade com a colega de profissão. Posto isto, os fãs mais acérrimos deste franchise terão que ter em mente que a personagem possui agora uma voz diferente, o que inicialmente poderá causar alguma estranheza.

O universo de Bayonetta é situado num local apelidado de Trinity of Realities, onde existe o Paradiso, o reino dos anjos, Inferno, o reino dos demónios e o World of Chaos, o mundo humano. O World of Chaos é composto por vários universos alternativos, sendo o cenário principal de Bayonetta 3. A personagem principal é uma bruxa ou melhor a bruxa de todas as bruxas, cujo nome dá o título ao jogo, porém, ela também é conhecida por Cereza, aliás é esse o seu nome verdadeiro. A Bayonetta opera como uma espécie de mercenária, ou seja, realiza uma espécie de contratos com os demónios para lutar e aniquilar os anjos. Porém, a melhor forma de entender a realmente confusa e intrigante história é tentar imaginar algo semelhante ao famoso filme Doctor Strange in the Multiverse of Madness, com inúmeros multiversos à mistura, onde as ações executadas se refletem e possuem repercussões nos díspares universos. Pelo menos foi aquilo que consegui perceber ou achei que percebi!

A personagem principal é uma bruxa ou melhor a bruxa de todas as bruxas, cujo nome dá o título ao jogo

Escrever da jogabilidade de Bayonetta é realmente um pouco complexo, algo semelhante a uma tarefa hercúlea, uma vez que são tantos os detalhes. Resumindo, e apelando à minha maneira de interpretar, a jogabilidade foi recolher inspiração em títulos semelhantes, ocorrendo-me de imediato um nome, Devil May Cry. A forma como a personagem enfrenta as hordas populosas de inimigos, repletos de rápidas movimentações e combos insanos, é realmente prazeroso, ainda que em certos momentos, confuso. Não vou esconder, requer um período grande de aprendizagem, talvez por ter sido a minha primeira experiência nestas andanças, mas depois de nos adaptarmos, é bastante satisfatório executar determinados movimentos muito conotados com famosos animes e bem do agrado dos fãs. Ainda assim, é notório e evidente um lado mais atrevido e até erótico de determinadas acrobacias que Bayonetta realiza, incluindo alguma nudez à mistura, que nas versões antecedentes já existia, mas agora em Bayonetta 3 é possível optar por censurar, caso seja esse o intento!

Ainda assim, é notório e evidente um lado mais atrevido e até erótico de determinadas acrobacias que Bayonetta realiza

Armas e artefactos que podem ser utilizados também eles são mais do que muitos, alguns tremendamente curiosos, variando entre leves e pesados. Podem esperar coisas verdadeiramente surreais, desde ioiós mortais até motosserras gigantes que disparam mini motosserras! Sim, leu bem! O arsenal é verdadeiramente louco e insano. Para além das armas, Bayonetta pode invocar demónios para auxiliar o massacre e sim, tal como as armas, alguns são mesmo de deixar o queixo caído e fazem lembrar os Kaiju (do filme Batalha do Pacífico), porém numa versão híper-mega evoluída. Ainda neste campo, é possível esquivar dos ataques no momento certo para ativar o Witch Time, permitindo abrandar o tempo para que a Bayonetta possa combater ao ritmo que preferir.

Bayonetta 3 ainda apresenta uma personagem jogável, Viola, que é uma estreia neste universo, uma espécie de jovem punk rock que utiliza uma espada e dardos para cumprir os seus intentos. Ela também pode convocar um demónio bastante particular, um gato gigante, que ataca autonomamente, deixando Viola livre para outras ações. É sem dúvida uma lufada de ar fresco, deixando a bruxa Bayonetta a descansar, ainda que por poucos minutos!

Voltando atenções para o plano gráfico, Bayonetta 3 é uma aventura fascinante, com uma pluralidade de ambientes surpreendentemente expansivos, mesmo que o caminho a seguir seja relativamente linear. Para se ter uma ideia, passamos por ilhas antigas, ruas citadinas e desertos em chamas, só para citar alguns exemplos. Bayonetta 3 é um dos jogos da Nintendo Switch mais visualmente admiráveis, sobretudo nas lutas absurdas e caóticas, onde tudo acontece a um ritmo alucinante. No entanto, temos que ter em mente a capacidade da consola, não podendo comparar com o poderio tecnológico das plataformas mais robustas, como a PlayStation e Xbox.

Para finalizar, a sonoplastia, complementa na perfeição a ação caótica e vertiginosa, assemelhando-se ao que experienciamos igualmente nas séries de anime. É com tristeza que mais uma vez saliento o facto de não existir a presença do idioma Português (já nem refiro as vozes das personagens a serem dobradas para PT) o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.

Resumindo, Bayonetta 3 não é um título que conquista de imediato o jogador, porém se conseguirmos encarnar o espirito certo, só o queremos jogar até à exaustão. O título tem uma legião de fãs enorme e marca o regresso da bruxa mais famosa da Nintendo Switch, deixando uma pergunta no ar. Será a última aventura?

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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