JOGOS: Shing! | Análise

8.6.21

Recentemente tivemos acesso ao título Shing!, na sua versão Nintendo Switch, um título desenvolvido pelos estúdios Mass Creation e publicado pela PixelHeart e Just for Games.

Shing! é apelidado pelos próprios responsáveis como um jogo do estilo beat’em up, à moda antiga, ou seja, side-scrolling, com uma jogabilidade bastante animada, onde um bando de guerreiros brincalhões são as personagens principais.

A história em Shing! assume claramente um papel secundário, sabendo-se apenas que uma horda de inimigos Yokai roubou um elemento deveras precioso e importante para a população, o McGuffin “The Starseed”, cabendo a um grupo de quatro elementos, três ninjas e um guerreiro de Highland, a difícil missão de o recuperar.

Como nos demais títulos semelhantes que existem no universo dos videojogos, a jogabilidade normalmente é assente na combinação de ataques, amiudamente entre um normal e outro mais forte, saltos e movimentos de esquiva. Pois bem, em Shing! isso também se verifica, mas existe um pequeno detalhe que inicialmente pode causar alguma estranheza, porém com a habituação com o tempo de jogo, revela-se uma lufada de ar fresco neste tipo de jogos.

Os ataques especiais não são ativados pela combinação de botões, mas sim através do analógico esquerdo, escolhendo a direção onde queremos infringir dano no incauto, tornando a abordagem muito mais intuitiva. Por exemplo, se optarmos por mover o analógico para cima, o nosso personagem ataca a parte superior do corpo do inimigo, normalmente cortando a cabeça, se movermos para a direção onde está o hostil, atacamos o torso e assim sucessivamente. Admito alguma confusão inicial, porém depois de dominar a jogabilidade, torna-se realmente mais simples, intuitivo e prático, do que fazer combinações complexas de botões, como em muitos títulos semelhantes.

Outro aspeto interessante e que lhe acrescenta alguma longevidade é o facto de este título permitir ser jogado em modo cooperativo local ou online, até quatro jogadores, o que faz dele uma excelente escolha quando nos queremos divertir com amigos ou conhecidos. Mesmo optando por uma aventura a solo, durante a partida é possível alternar entre as quatro personagens, que possuem características e armas díspares. Na nossa demanda enfrentamos inúmeros inimigos, segundo dados oficiais do estúdio de desenvolvimento são 14 tipos de hostis diferentes em 8 níveis, com ambientes variados finalizados com lutas insanas frente a bosses.

Nesse frente a frente com o típico boss, salta à vista mais uma vez um pequeno pormenor que faz toda a diferença. Ao invés do habitual ataque desenfreado ao inimigo, tentando rapidamente acabar com sua barra da energia, em determinados bosses é aconselhado perceber de que forma podemos causar mais dano. Por exemplo, por vezes atacar diretamente o incauto pode não ser o mais apropriado, sendo preferível perceber se existe algo no cenário ou eventualmente outro inimigo, que pode servir de meio para atingirmos com mais precisão o nosso objetivo.

No entanto, Shing! sofre do mesmo mal que muitos outros títulos do seu segmento, a repetibilidade. É facto incontornável, depois do impacto inicial e de avançar um pouco na aventura, concluímos que a repetição existe e apesar de não chegar a ser exasperante, aborrece ligeiramente, sobretudo quando jogado a solo, uma vez que em modo cooperativo a diversão sobrepõe-se claramente.

A nível gráfico, Shing! pode ser descrito como uma espécie de aventura 2.5D, com personagens e cenários bem recriados e cuidados, ainda que pudessem ser mais assertivos, elevando o título a outro patamar, porém o que realmente impressiona são as cutscenes, fazendo lembrar os bons animes. Um apontamento ligeiramente abaixo do razoável são alguns loadings demasiado longos, o que nos dias de hoje já não deviam ser tão frequentes. A sonoplastia não apresenta grande inovações, porém os efeitos sonoros acrescentam qualidade a aventura, cumprindo claramente os seus intentos. Uma nota final para a presença do idioma Português de Portugal, nos menus existentes no jogo, o que é sempre de salientar e destacar.

Em suma, Shing! acaba por se revelar uma experiência agradável, consistente e divertida, sobretudo quando jogada no modo cooperativo. Por outro lado, a sua repetibilidade e a curta duração podem levantar algumas dúvidas.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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