JOGOS: Bloodroots | Análise

16.3.21

Recentemente tivemos acesso ao título Bloodroots, para a Nintendo Switch, dos estúdios de desenvolvimento Paper Cult, um jogo de ação 3D, frenético e implacável, que incentiva a improvisação, enquanto derrotamos incontáveis hostis.

Os detalhes da história são pouco revelados, porém o essencial é que o Mr. Wolf, a nossa personagem, foi traído e abandonado à morte, num local apelidado de Weird West. No entanto, apesar de se encontrar sozinho e em clara desvantagem numérica, face aos inimigos, está decidido a encontrar o responsável pela sua situação e vingar-se. E praticamente é isto! Este curto enredo serve basicamente para contextualizar a violência contínua que iremos colocar sobre os inimigos que vamos encontrando pelo mapa.

O que se segue é um festival de conflito, carnificina e muita, mas mesmo muita chacina, sendo o nosso objetivo claramente simples e bem definido, eliminar todos os inimigos que encontramos, até avançar para a próxima fase e assim sucessivamente. Para isso, Mr. Wolf pode utilizar qualquer coisa que cause dano e o que vá encontrando pelo cenário, como machados, pedaços de madeira, cenouras ou outros vegetais e até mesmo flamingos inanimados (sim, leu bem!). Aliás, esse é claramente um aspeto bastante curioso deste título, pois o arsenal de armamento que Mr. Wolf tem ao dispor para cumprir o seu objetivo é extremamente vasto e tremendamente sui generis.

As díspares armas possuem tempos de duração diferentes, pelo que um machado pode servir para atacar três inimigos seguidos, enquanto um pedaço de madeira dura apenas um confronto, obrigando a uma constante mudança de arma. Essa dinâmica dá uma característica peculiar a Bloodroots, uma vez que obriga o jogador a procurar sempre novos meios para cumprir o seu desígnio, ou seja, novas formas de acabar com a vida do inimigo. E posso mesmo adiantar que algumas são mesmo engenhosas, no entanto, prefiro que descubram por vocês mesmo, para não estragar a surpresa.

A jogabilidade é bastante interessante e muito sólida, sendo obviamente necessário perceber qual a melhor forma ou a mais eficiente, de abordar os constantes inimigos que vão aparecendo. Porém, a sensação de felicidade com que ficamos assim que concluímos uma fase e sobretudo se a concluirmos sem morrer uma única ocasião, faz-nos querer avançar sem parar, jogar mais e mais, até terminar o jogo. Este é um título com muitas semelhanças ao estilo hack ‘n’ slash, ainda que com o foco esteja claramente direcionado para a realização de combos incríveis e surreais, baseados em precisão e velocidade.

Graficamente Bloodroots possui um aspeto refinado e com uma direção de arte afincadamente cartoonesca, mas ao mesmo tempo cativante, assente numa visão isométrica, onde a movimentação da camara tem um papel primordial. Ocasionalmente, os ângulos de visão ficam demasiado pequenos e curtos, que se torna complicado avistar incautos escondidos, originando algumas mortes desnecessárias, mas nada de muito relevo. Mas nunca é demais referir que, Bloodroots é sangrento e tremendamente violento, pelo que é normal ver os rastos de sangue em vermelho vivo e intenso espalhados pelo cenário. 

Efetivamente Bloodroots não é um jogo muito longo e como é tão cativante e apelativo, pode ser terminado realmente muito rápido. No entanto, o estúdio de desenvolvimento foi muito perspicaz e colocou uma tabela classificativa online dos melhores resultados obtidos. Apesar de poder gerar alguma repetibilidade, também garante mais algumas horas de jogabilidade extra, mesmo depois de concluir todos os níveis, uma vez que queremos sempre melhorar o nosso score e simultaneamente aperfeiçoar a nossa marca, subindo na tabela.

Resta-me escrever algumas palavras sobre a sonoplastia, que tem traços de música country bem patente noutros tempos no Far West, subindo de tom quando nos encontramos nas frenéticas e intensas batalhas, ajudando a elevar ainda mais a adrenalina. Os efeitos especiais, nomeadamente quando as armas atingem os inimigos, estão normais, ou seja, nada de muito especial, mas cumprem claramente o objetivo. Uma nota final para a presença do idioma Português, nos menus e nos poucos diálogos existentes no jogo, ainda que a sua versão de português do brasil. 

Resumindo, Bloodroots é um título de ação muito bem produzido que consegue captar imediatamente a atenção do jogador, fruto da possibilidade de usar quase todos os itens espalhados pelo mundo como uma arma. A sua extrema violência poderá eventualmente afastar alguns jogadores, sobretudo os mais jovens.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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