JOGOS: TOHU | Análise

10.2.21

Recentemente tivemos acesso ao jogo TOHU, desenvolvido pelos estúdios Fireart Games, uma incrível aventura point&click, bem ao estilo de outros tempos, como uma história única e inesperada.

TOHU é um jogo de aventura, onde a trama se desenrola num planeta repleto de peixes estranhos e ao mesmo tempo maravilhosos. O jogador comanda os destinos de uma menina, sem nome e apenas conhecida por The Girl e o seu fiel amigo robotizado apelidado de Cubus. Em conjunto, têm como objetivo explorar locais vívidos e ambientes muito particulares, resolver puzzles, com o intuito de descobrir a verdade sobre a misteriosa Sacred Engine que dá vida ao seu mundo.

A história em TOHU é pouco conhecida, sendo que logo após o início do jogo somos informados que o MacGuffin, onde o nosso peixe de estimação vive de forma saudável e feliz, está com avarias e em risco de falhar definitivamente. Partimos então numa busca por peças e bugigangas, para resolver a questão. Porém, somos constantemente perseguidos por uma figura sinistra com um capuz preto, que não nos irá facilitar a vida.

As duas personagens que controlamos possuem características próprias e díspares, sendo que a menina é mais rápida e ágil, mas a qualquer momento podemos transformar-nos no nosso amigo mecânico, que é mais forte e apropriado para tarefas mais árduas e exigentes. 

Mas TOHU não é aquela aventura clássica dos gloriosos anos 90, como Sam & Max, Day of the Tentacle, Monkey Island ou Indiana Jones and The Fate of Atlantis, pois apesar das semelhanças, este título não inclui diálogo com voz. Apenas existe um narrador, que ocasionalmente introduz pedaços de história, ainda que de uma forma bem distante, deixando por vezes questões abertas e sem respostas.

Em TOHU o foco vai todo para a resolução dos enigmas que vamos encontrando, que por vezes exigem concentração, rigor e perceção do ambiente que nos rodeia, de modo a sermos bem-sucedidos. Esse é sem dúvida o seu ponto mais forte. Alguns são mesmo engraçados e por vezes a solução está mesmo à nossa frente e não a conseguimos visualizar, sendo de louvar o trabalhar do estúdio de desenvolvimento nessa vertente. Mas não pensem que tudo é facilitado e garanto desde já que TOHU não é um jogo para crianças. Aqui impera o equilíbrio, ou seja, nada de muito fácil, mas também nada de opressivamente complicado.

Para auxiliar, quando estamos confusos e sem resposta, TOHU tem um sistema de dicas bastante original. No menu existe uma espécie de pictograma que apontam a ideia geral da solução, mas este só é desbloqueado se jogarmos e concluirmos com sucesso um minijogo com tempo limite, que é extremamente rápido e por vez tão exasperante, que nos obriga a esquecer esse método e leva-nos a procurar a solução pelas nossas próprias cabeças.

A jogabilidade foi um dos fatores com sinceramente não me agradou muito, uma vez que temos de mover o cursor com o analógico do comado, o que nem sempre é muito fácil e prático, nem tão pouco pode ser comparado ao uso do habitual rato. Depois de um período de tempo de jogo, habituamo-nos, mas não é a mesma coisa. Falar sobre longevidade neste tipo de jogos é realmente relativo, pois apesar de existirem alguns colecionáveis, como cartas de animais ou objetos que vamos encontrando pelo mapa, não existem grande motivos para voltar a repetir a aventura, assim que a concluirmos.

O apeto onde realmente me atrevo a tirar o chapéu, é sem sombra de dúvidas a direção de arte. Todos os cenários, repletos de minuciosos detalhes, parecem ter saído de um livro desenhado à mão e é tudo, mas mesmo tudo, belo e fantástico. Obviamente que aqui e ali existem alguns salpicos de uma decoração ligeiramente mais negra e obscura, mas no seu geral os cenários são autênticas fábulas deslumbrantes.

Por fim, resta-me afirmar que apesar de não existirem grandes diálogos ou narrativas, o idioma Português, ainda que na sua versão do Brasil, está incluído nos menus, informações do jogo e legendas, pelo que é sempre de enaltecer esse desígnio

Resumindo, TOHU não é propriamente uma obra prima que possa ser comparada com os grandes clássicos, mas tem o seu próprio carisma e certamente perdurará nas memórias daqueles que concluirem a aventura.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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