Pelas mãos do estúdio Devolver Digital, chegou até nós o curioso Olija, um jogo de plataformas em 2D, estilo retro, com muita ação e uma direção de arte muito particular.
A história de Olija conta as aventuras de Faraday, um capitão de um navio que naufraga e este se vê encurralado num arquipélago misterioso de nome Terraleva. Com apenas um lendário arpão, Faraday tem como objetivo principal resgatar membros da sua tripulação que foram aprisionados e abandonar o perigoso local, para voltar à sua terra natal, mas nem tudo é assim tão simples. Aos poucos irá descobrir que em Terravela algo não está certo e depois do aparecimento de Olija, uma enigmática mulher, a vontade em abandonar a ilha já não é a mesma, mas sim descobrir o desconhecido, ainda que envolto em inúmeras adversidades.
Considero que Olija não seja um título unânime e que agrade a todos, aliás o seu estilo de arte pode eventualmente afastar uma grande parte de jogadores, porém depois de alguns tempos com o comando na mão e a guiar os destinos da nossa personagem, facilmente somos absorvidos por uma experiência interessante e intrigante, fazendo-nos querer rapidamente avançar na trama. Outro aspeto que normalmente afasta os jogadores deste tipo de jogo é a extrema dificuldade que faz parte do seu reportório, porém em Olija essa situação não é tão acentuada, sendo muito mais acessível, ainda que não exageradamente fácil.
Para auxiliar a demanda de Faraday, existem diversos tipos de armamento, no entanto, aquele que realmente é impressionante e está diretamente ligado a uma jogabilidade interessante, é o lendário arpão. Esse arpão mágico permite movimentos incríveis, como por exemplo teletransportar para outro local, sendo essencial para atravessar pontes partidas ou realizar um ataque devastador contra um inimigo distante. Com o desenrolar da aventura podemos ainda desbloquear armas secundárias, como facas de arremesso e espingardas, que também tem a sua utilidade.
A jogabilidade é realmente satisfatória e torna Olija num side-scrolling interessante, sendo que muito se deve ao trabalho do estúdio de desenvolvimento que foi capaz de servir-se de um formato de jogo que não é tão apelativo como os grandes títulos do universo dos videojogos e transformá-lo em algo entretido, desafiante, mas não exageradamente difícil e essencialmente numa experiência bem agradável a todos os níveis.
Mas não pensem que conseguirão terminar a vossa missão facilmente, pois irão seguramente morrer inúmeras vezes, especialmente nos níveis finais e nos confrontos com os bosses. A sua longevidade está diretamente ligada a esse facto, uma vez que Olija não é propriamente longo e o tempo que demorarão a concluir o jogo está dependente do número de vezes que irão ter necessidade de repetir determinada fase.
Graficamente, Olija não fica nada a dever a outros títulos do mesmo segmento, como por exemplo Dead Cells, Chasm ou o próprio Hollow Knight, salvaguardando outras situações e apenas citando alguns dos com maior sucesso. Obviamente que temos de ter em mente que é um jogo retro, onde o pixel predomina, porém, o ambiente taciturno e sombrio está recriado de uma forma verdadeiramente plausível. A sonoplastia está ao mesmo nível do jogo e apesar de não existir grandes diálogos e falas, os sons dos efeitos especiais são fiéis à sua génese e não defraudam. Nota positiva para o facto de o idioma Português, ainda que na sua versão do Brasil, estar incluído nos menus, informações do jogo e legendas, pelo que é sempre de enaltecer esse desígnio
Resumindo, Olija é um exemplo que um jogo side-scrolling pode ser ao mesmo tempo intenso e desafiante, sem nunca levar à loucura o jogador através da sua insana dificuldade.
Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio
de produção e/ou representante nacional de relações públicas.
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