JOGOS: Crysis Remastered | Análise

30.9.20

Aproximadamente há 13 anos atrás, chegava até nós um título, mais concretamente um FPS (first person shooter) bastante ambicioso e que inovava sobretudo no aspeto gráfico, sendo um dos jogos mais exigentes na altura, que, no entanto, conquistou a opinião geral, recebendo inúmeros louvores e mesmo alguns prémios. A Crytek, estúdio responsável pelo seu desenvolvimento, utilizou um motor gráfico próprio que ficou célebre pelos elevados graus de exigência do hardware, porém tornou-se uma referência no segmento.

Agora em 2020, Crysis Remastered é uma realidade e vem sobretudo melhorar o grafismo que já era muito acima da média na altura, porém temos que ter em mente que estamos perante um título datado e apesar das melhorias efetuadas na componente gráfica, obviamente já não pode ser comparado com os exigentes títulos mais atuais, mais concretamente na jogabilidade.


A sua história permanece intacta, que curiosamente ocorre no ano de 2020, numa ilha da Coreia do Norte de nome Lingshan, onde exploradores americanos descobrem algo demasiado valoroso. Obviamente que o governo coreano não podia permitir que forasteiros investigassem o seu território sem permissão e ordena ao seu exército uma forte investida sobre os arqueólogos. Rapidamente as forças especiais americanas, a Delta Force é chamada a intervir e enviada para o local, de modo a socorrer os seus congéneres cidadãos, porém quando aterram em território hostil, subitamente constatam que o problema não são só os asiáticos, mas prefiro que sejam vocês mesmo a descobrir.

Se estão bem recordados, os elementos das forças de intervenção possuíam uns fatos especiais que potenciavam as suas capacidades, como por exemplo, o aumento da velocidade de deslocamento, a habilidade de saltar mais alto e mais longe, a proteção contra o fogo inimigo ou até ficar invisível durante um pequeno período de tempo. Tudo isto foi verdadeiramente inovador na altura do lançamento do título original e a Crytek e a Saber Interactive, responsáveis por esta remasterização, fizeram questão de serem fiéis a esse desígnio, no entanto, os anos passaram e a fórmula de sucesso na data, apresentou sinais de normal desgaste proporcionado pelas inovações atuais. Nota-se a léguas que a jogabilidade já passou o seu auge e nem sequer pode ser comparado aos títulos mais razoáveis, quanto mais aos de topo, no entanto não quero afirmar que é fraco ou abaixo do admissível, no entanto apenas ficamos, com algo para relembrar as batalhas passadas. Sem querer estar a ser demasiado enfadonho, os criadores poderiam ter ido um pouco mais além e terem aproximado a jogabilidade de Crysis Remastered aos títulos mais recentes, mas penso que esse não era claramente o propósito dos estúdios de desenvolvimento.


Visualmente e centrando atenções na versão a que tive acesso, a de PlayStation 4, sinceramente estava a contar com um grafismo mais cuidado e polido, apesar de estar bastante melhor que o original, mas outra coisa também não seria de esperar. Como todas as fichas desta remasterização estavam apontadas à melhoria do aspeto gráfico, era expectável que esse ponto fosse sem sombra de dúvidas o de maior destaque, no entanto ficou aquém e em parte pode ser explicado por ter sido utilizado numa PlayStation 4 versão base, uma vez que relatos indicam que na plataforma PC com tudo no ultra, o aspeto gráfico sobe a outro patamar.

A sonoplastia não sofreu grandes alterações, mantendo-se dentro dos padrões mencionados acima, ou seja, nada de deslumbrante e inovador, mas cumpre os intentos. O idioma português, nem tão pouco a variante português do Brasil, não está disponível nos menus e informações do jogo e já nem refiro a dobragem do jogo para esse idioma, sendo realmente desapontante e talvez incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados. 


Falar de longevidade num título onde é inegável que os anos deixaram marcas bastante visíveis, pode ser um exercício complexo. Depois de acabar o modo campanha, poucos os nenhuns motivos são bons para voltar à ilha de Lingshan e reviver uma vez mais a demanda. No Crysis original de 2007 existia um modo multiplayer que na altura conferia mais algumas largas horas de jogo, no entanto os tempos são outros e a oferta atual é tão díspar e com tantos modos distintos, que a Crytek optou por não incluir nenhum.

Resumindo, Crysis Remastered é uma boa oportunidade para os que nunca experienciaram esta aventura, viajarem até à Coreia do Norte e desfrutarem de um bom FPS com traços de outros tempos. Os que por lá passaram, vão seguramente ficar um pouco desapontados pois certamente esperariam algo mais condigno com o que a oferta nos proporciona atualmente.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

 

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