A Liga NOS chegou ao fim e agora é tempo de fazer uma espécie de balanço, partilhando a minha opinião sobre o a competição.
No topo da classificação e
vencedor da prova, ficou o FC Porto, regressando assim aos
títulos quase 5 anos depois do último conquistado. Por muito que se diga o
contrário, Sérgio Conceição chegou ao reino do Dragão, como segunda
escolha, uma vez que o preferido para comandar os destinos da equipa era Marco
Silva, no entanto acabou por não se concretizar, aparecendo Sérgio
Conceição como uma espécie de plano B. O FC Porto, devido às
regras de Fair Play financeiro, não pôde atacar o mercado de transferências obrigando
Sérgio
Conceição a utilizar elementos que outrora não serviam para o plantel e
foram emprestados, para além de ter ficado privado de dois dos mais promissores
jogadores jovens do plantel, André Silva e Rúben Neves, entretanto
vendidos. A juntar a tudo isto, o número de elementos à disposição do treinador
era demasiado curto para o FC Porto atacar todas as provas,
apesar de no mercado de inverno ter sido ligeiramente corrigido, o que em caso
de lesões e castigos (que se veio a verificar) poderia ser preocupante. Pois
bem, Sérgio
Conceição soube ser superior a todas essas situações, enfrentou o
desafio olhos nos olhos, sem desculpas e conseguiu alcançar o tão ambicionado
título, atingindo o máximo histórico de pontos do clube. E mais, foi apenas
eliminado em ambas as taças na lotaria das grandes
penalidades, o que com um pouquinho mais de sorte, poderia as ter conquistado.
Na Liga
dos Campeões, conseguiu alcançar o objetivo, passar a fase de grupos,
sendo eliminado pelo finalista Liverpool.
imagem zerozero.pt
Em segundo lugar, SL
Benfica que mesmo na última jornada conseguiu ultrapassar o rival Sporting
CP, assegurando a possibilidade de participar na Liga dos Campeões, caso
vença a pré-eliminatória. Foi claramente uma temporada de pouco investimento,
onde viu partir muitos elementos com inegável valor, não sendo substituídos por
outros à mesma altura, sobretudo na zona defensiva, no entanto, houve uma
altura da época, já bem perto do fim, que pareceu ter condições para assegurar
o inédito penta campeonato, mas a derrota caseira frente ao FC
Porto precipitou o seu fim. Realizou uma época atribulada, mas em
crescendo e caso tivesse maior assertividade na parte final poderia mesmo
conquista o título, no entanto, fica manchada pela horrível Liga
dos Campeões, com 0 pontos em 6 jogos e sobretudo num grupo
teoricamente acessível, junto de Man Utd, Basileia e CSKA
Moscovo. Nas restantes competições, viu-se arredada das decisões muito
cedo, sendo eliminado pelo Rio Ave na Taça de Portugal e
fazendo 3 pontos na fase de grupos da Taça da Liga, muito pouco para um
clube com tantas ambições. De salientar, que bem no início da temporada, o SL
Benfica, conquistou a Supertaça de Portugal com um triunfo
claro, 3-1 frente ao Vitória de Guimarães.
No terceiro lugar, Sporting
CP, numa temporada recheada de situações complicadas, onde o maior
investimento da prova e um plantel cheio de soluções, em quantidade e
qualidade, não foi suficiente para ganhar mais nada para além da Taça
da Liga. É justo também afirmar que a equipa verde e branca, liderada
por Jorge
Jesus, esteve até ao final a disputar todas as competições, Liga
NOS, Taça de Portugal (perdeu na final), Taça da Liga (Vencedor)
e Liga
dos Campeões, num grupo difícil (com Barcelona, Juventus e Olympiacos)
conseguiu estar na luta do apuramento, sendo relegado para a Liga
Europa onde alcançou os quartos de final da competição, caindo aos pés
do vencedor, Atlético de Madrid. Até certo momento, apesar se não ter
conseguido conquistar o troféu mais apetecido, Liga NOS, a época até
poderia ser considerada positiva (caso tivesse alcançado o 2º lugar e ganho a
Taça de Portugal), mas uma ponta final impensável, fruto de um misto de
quezílias entre Presidente e membros da direção, equipa técnica, jogadores e
adeptos, impediu que assim fosse.
Relativamente às restantes
equipas, destaque para o SC Braga, ao atingir o normal 4º
lugar, mas uma segunda volta de grande nível, permitiu mesmo sonhar com
uma posição mais acima, o que não se veio a verificar. Excelente plantel,
recheado de bons valores e muito bem orientado por Abel Ferreira, o SC
Braga cimentou mais uma vez o estatuto de 4º grande de Portugal,
podendo mesmo eventualmente lutar ombro a ombro com os clubes de maior
dimensão. Destaque ainda para o Rio Ave, quer realizou mais uma época
ao nível das anteriores, sempre perto dos lugares cimeiros da classificação,
mas sobretudo pelo excelente futebol apresentado, Chaves que depois de na
época de regresso à primeira divisão, onde conseguiu um honroso 11º lugar, este
ano superou essa marca, classificando-se em 6º lugar. Uma palavra especial para
as campanhas de Marítimo e Boavista, onde Daniel Ramos e Jorge
Simão respetivamente, guiaram as suas equipas a temporadas tranquilas, Portimonense
e Tondela, que bem cedo alcançaram a manutenção e Desportivo
da Aves que não após ter subido e numa época com 3 treinadores, José
Mota garantiu a manutenção e conquistou a Taça de Portugal, um
facto sem dúvida de louvar.
No plano contrário, temporada
abaixo das expetativas de Feirense, sobretudo devido ao legado
deixado na anterior (8º lugar), apesar de ter conseguido a manutenção na última
jornada. Uma palavra especial para o facto de o presidente não ter caído na
tentação de despedir o treinador, permitindo a Nuno Manta realizar o seu
trabalho, recolhendo os frutos no final. Épocas para esquecer de Paços
de Ferreia e Estoril Praia, que 13 e 6 anos
respetivamente, voltam à segunda liga, ainda por cima com planteis recheados de bons
valores, mas diversas mudanças na estrutura técnica, assim ditaram.
JOGADORES EM DESTAQUE:
Jonas – SL BENFICA
Marcar 34 golos (37 em todas as
competições) em qualquer campeonato não é fácil, mas o brasileiro conseguiu
atingir essa importante marca, apesar de algumas lesões que o impediram de jogar
mais desafios. Amargo de boca, tal como a equipa, ao não marcar nenhum na Liga
dos Campeões.
Bas Dost – SPORTING CP
Ponta de lança puro, com uma
capacidade mortífera na área, mais uma vez e apesar de um inicio complicado,
conseguiu marcar 27 golos (34 em todas as competições), perfazendo 70 golos em
90 jogos em duas temporadas ao serviço dos leões.
Moussa Marega – FC PORTO
Fundamental para a conquista do
campeonato, não só pelo elevado número de golos marcados, 22 (23 em todas as
competições), mas sobretudo pelo intensidade, entrega e desgaste proporcionado
aos defesas contrários. Autêntica surpresa, pois devido ao fraco rendimento
apresentado na última vez que representou o FC Porto, não era de todo
esperado que fosse um elemento fundamental na manobra da equipa.
Alex Telles – FC PORTO
O jogador da Liga NOS com mais
assistências, 13 no total e ainda contribuiu com 3 golos (4 no total das
competições), mas sobretudo pela influencia que teve no jogo da sua equipa, ao realizar
constantes subidas pelo flanco esquerdo. Dos jogadores com mais minutos de
jogo, confirmou este ano, as boas indicações deixadas na época anterior.
Bruno Fernandes – SPORTING CP
Época em cheio, recheada de
golos, assistências e excelentes exibições, provando a todos os níveis que o
jogador jovem e português tem muita qualidade, bastando apostar e dar continuidade.
Ponta final de temporada ligeiramente menos conseguida, talvez pelo desgaste
acumulado ao longo das diferentes competições, uma vez que realizou cerca de 60
jogos.
Shoya Nakajima - PORTIMONENSE
Revelação da Liga NOS, passando de
autentica incógnita para jogador que vai representar a sua pátria (Japão) no
Mundial da Rússia. 10 golos marcados e 10 assistências, fizeram do pequeno nipónico
um elemento fundamental na boa campanha realizada pela sua equipa.
Raphinha – V. GUIMARÃES
Foi o jogador com mais influência
na manobra da sua equipa, aliando a velocidade e técnica individual aos golos,
conseguindo 15 na Liga NOS (18 em todas as competições), o que para um elemento
que não joga no centro do ataque, é de assinalar. A boa temporada realizada,
valeu-lhe a transferência para o Sporting CP, onde ter a oportunidade de
comprovar todo o seu valor.
Paulinho - BRAGA
No inicio da temporada não se
esperava que fosse a primeira escolha para o ataque da sua equipa, no entanto,
aos poucos foi-se assumindo com indiscutível e preponderante, marcando 13 golos
(17 no total) e tendo inclusive figurados nos 35 pré-selecionados para o
Mundial da Rússia, mas ficando de fora na convocatória final. A seguir com
atenção na próxima época.
João Novais – RIO AVE
Tardou em afirmar-se como titular
absoluto, mas quando o conseguiu, começou a marcar golos em catadupa, sobretudo
de bola parada. Agradável surpresa, sendo que as boas prestações lhe garantiram
a mudança para o Braga, onde veremos se irá ter a mesma influência.
Ricardo Horta – BRAGA
Mais um dos jogadores da sua equipa que esteve em
plano de destaque, com golos 11 (12 em todas as competições), assistências e
capacidade de acelerar o jogo ofensivo. Realizou uma temporada ligeiramente
acima da anterior, mas com números muito semelhantes, ficando a sensação que
tem capacidade para outros voos.NOTA: imagens zerozero.pt
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