O FC Porto perdeu na 3ª jornada da Liga dos Campeões, frente aos alemães do RB Leipzig, mas para além da derrota que até poderia ter sido bem mais pesada, pode ter perdido muito mais.
Se na jornada passada em França, o
FC
Porto venceu de forma categórica o Mónaco quando Sérgio Conceição surpreendeu
ao colocar em campo Sérgio Oliveira, que até à data não tinha um único minuto de
jogo e tudo correu às mil maravilhas, desta vez a surpresa introduzida no onze
inicial teve efeitos contraditórios, pois perturbou claramente um setor
defensivo que vinha sendo muito coeso e relativamente seguro. Não pela exibição
menos assertiva que José Sá protagonizou, mais sim pelo respeito e pelo peso psicológico
que Iker
Casillas impõe aos adversários, quer pela segurança e conforto que
transmite à própria defesa. Sérgio Conceição afirmou ter sido
por opção técnica, pois a equipa que apresentou eram os melhores elementos para
defrontar os germânicos, e o treinador está claramente no seu direito de
colocar que bem entender, mas todos nós sabemos que algo se passou, só não
sabemos propriamente o quê. Veremos como será nos próximos jogos.
imagem fcporto.pt
Relativamente ao desafio,
primeira parte frenética, intensa e jogada a ritmo alucinante, onde os alemães
por sucessivas vezes fizeram uso do ponto mais forte do seu estilo de jogo, as
bolas para as costas da defesa, e dessa forma conseguiram marcar três golos,
mas poderiam ter marcado mais alguns. Aflição, descoordenação e passividade são
algumas palavras que servem na perfeição para caracterizar o desempenho dos
elementos mais recuados da equipa azul e branca. Curiosamente, os portistas
marcaram os seus golos através da ação desses mesmos elementos, mas na zona ofensiva,
atenuando uma paupérrima exibição nos primeiros 45 minutos.
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Segunda parte, os azuis e brancos
sabiam que tinham de dar outra imagem se pretendiam trazer pontos da Red Bull
Arena e apesar de se verificar uma ligeira melhoria, o jogo só foi menos
acutilante porque os alemães apresentaram-se muito mais cautelosos e a fazer
uso de perigosos contra-ataques, que por algumas situações poderiam ter dado em
golo. Com o decorrer do tempo, os portistas foram paulatinamente pressionando
mais alto, mas nunca colocaram em perigo o último reduto adversário. Nem mesmo
as entradas em campo de Óliver Torres, Jesús Corona e Hernâni
Borges tiveram grande impacto, apesar de terem transmitido outra
frescura e a mudança para uma formação mais atacante.
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Destaque individual positivo para
Vincent
Aboubakar pois apesar da bola nunca lhe chegar nas melhores condições,
procurou sempre lutar contra a muralha alemã. Nota-se a olhos vistos que está
confiante e essa postura ressalta para o seu jogo dentro das quatro linhas.
Pela negativa, toda a defensiva esteve bastante mal, mas sobretudo os dois
centrais cometeram demasiados erros, que a este nível pagam-se muito caro. No RB
Leipzig, destaque para os elementos mais ofensivos, como Marcel
Sabitzer, Jean-Kévin Augustin, Emil Forsberg e Bruma, que estiveram
sempre muito ativos e dinâmicos, sobretudo na primeira metade.
Para concluir, nada está perdido,
mas o FC Porto tem que corrigir este resultado negativo já no próximo
jogo, precisamente contra esta mesma equipa, agora no estádio do Dragão. Para
além da derrota, veremos que outros impactos e consequências que este jogo
poderá trazer a uma equipa que até aqui dava sinais positivos de união e um
forte coletivo.
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