JOGOS: Revenge of the Savage Planet | Análise

13.5.25

O mais recente título que tivemos o privilégio de testar foi, o curioso e divertido, Revenge of the Savage Planet, um jogo que o estúdio de desenvolvimento descreveu como “Este jogo é uma carta de amor a tudo o que adoramos: espaço, exploração, sátira, caos cooperativo!”. Perante esta citação, as expetativas, naturalmente, ficaram em alta, pois partilhamos dos mesmos gostos!

INTRODUÇÃO

Desenvolvido pelos estúdios canadenses Raccoon Logic Studios Inc, nomeadamente através do árduo trabalho de uma equipa de apenas 30 elementos, Revenge of the Savage Planet é a sequela direta de outro título do mesmo estúdio (mais concretamente o primeiro), Journey to the Savage Planet lançado no ano de 2020 para todas as plataformas da geração anterior.

Aliás, permitam-me que faça um parêntesis, pois existe uma história que necessita de ser mencionada e que até, na minha opinião, influenciou a criação deste novo jogo. Quando o estúdio estava prestes a lançar o título de estreia Journey to the Savage Planet, o gigantesco grupo empresarial Google, adquiriu-os, colocando-os a trabalhar exclusivamente para o serviço de streaming de jogos Google Stadia. Ora, todos nós sabemos qual foi o destino desse serviço, que acabou por ser desativado, durando apenas pouco mais do que três anos, encerrando o estúdio de desenvolvimento e deixando o jogo, exatamente, perdido no espaço.

Depois de alguns tempos difíceis e de luta, a equipa de programadores, conseguiu reerguer-se, refundando-se com o nome de Raccoon Logic e decidiu trazer à vida Revenge of the Savage Planet um jogo semelhante ao antecessor, com parecenças evidentes ao que que lhes aconteceu, numa sátira perfeita da vida real, repleta de humor, mas, igualmente apresentando uma inteligência genuína e tremendamente legítima.

Revenge of the Savage Planet é uma animada aventura, de ficção científica, cómica e divertida, o que lhe transmite um carisma bem peculiar. A versão que tivemos a oportunidade de testar e a que serviu de base para este artigo de opinião, foi a de PlayStation 5, contudo o título está também disponível para a Xbox Series X/S e PC.

Revenge of the Savage Planet é uma animada aventura, de ficção científica, cómica e divertida, o que lhe transmite um carisma bem peculiar.

NARRATIVA

A trama ocorre num futuro não muito longínquo onde a ganância e ambição desmensurada (mas também alguma ignorância) de um grande grupo empresarial intergaláctico de exploração espacial, denominado Alta InterGlobal, originou um desusado despedimento de um colono espacial, logo após ter, basicamente, aterrado e que tinha como objetivo principal, fazer parte da equipa de exploração e colonização do planeta alienígena.

Deixado, literalmente, à deriva, com pouco equipamento e sem segurança alguma, o jogador (ou jogadores) assume os destinos do astronauta, que tem como objetivo regressar ao planeta Terra o mais rápido possível, de modo a vingar-se do seu multívolo patrão.

JOGABILIDADE

A exploração é a palavra de ordem e o jogador dá início de imediato à indagação, contando com o precioso auxílio de Eko, um drone espacial, que para além de ajudar é, extremamente irritante, uma vez que tem sempre o que dizer e nunca se cala! Revenge of the Savage Planet apresenta uma estrutura com diversos elementos de Metroidvania, uma vez que incentiva o jogador regressar a áreas previamente exploradas, mas fazendo uso dos melhoramentos que vai obtendo à medida que avanças na aventura.

Por isso, é fundamental analisar tudo, literalmente tudo, que nos vai aparecendo pela frente, desde criaturas grotescas e simultaneamente engraçadas, a estruturas de naves e antigos abrigos, a vegetação dúbia, mas igualmente verdejante, até mesmo outras inúmeras descobertas que prefiro que vão descobrindo pouco a pouco. No total, estão disponíveis quatro planetas principais e um quinto que serve como base para um confronto com um dos principais adversários. Os principais planetas são de mundo aberto, onde a cada esquina encontramos recursos e até mesmo segredos, mantendo cada minuto da jogabilidade, verdadeiramente, emocionante.

Uma das maiores dissemelhanças entre Journey to the Savage Planet e o Revenge of the Savage Planet é que, este último, é jogado numa perspetiva de terceira pessoa, enquanto o seu antecessor era em primeira pessoa. Por outro lado, houve também uma maior preocupação na melhoria do modo cooperativo, que agora pode ser jogado de formas distintas, o cooperativo local com ecrã dividido, o cooperativo online e até transversalmente entre plataformas concorrentes. De salientar, ao contrário de outros títulos, é perfeitamente possível jogar a solo, sendo igualmente uma experiência divertida, todavia, todos nós sabemos que partilhar algo com quem mais gostamos, é sempre muito melhor!

Mas o que me apraz referir com muito regozijo é o humor, que está presente do início ao fim da aventura. Para se ter uma ideia mais assertiva, o simples caminhar ou correr da nossa personagem é de tal forma estabalhoada que provoca algumas gargalhadas. Mas o cómico está por todo o lado, tendo o seu auge nos anúncios que, paulatinamente, passam nas estações espaciais, a maioria deles completamente a roçar o ridículo, mas sempre como mensagens sublimares e que se forem bem interpretadas, podem ter alguma razão.

Revenge of the Savage Planet apresenta uma estrutura com diversos elementos de Metroidvania...

LONGEVIDADE

Revenge of the Savage Planet não é propriamente demasiado longo, sendo perfeitamente concluir a narrativa principal em pouco menos que umas 10 horas de jogo, já dando alguma margem para aqueles que não estão muito familiarizados com este género de títulos. Contudo, o jogo possui uma espécie de finais desiguais, ou seja, podemos apenas concluir a narrativa seguindo a linha que escolhermos, mas para chegar ao verdadeiro final, temos que concluir todas.

Por outro lado, em Revenge of the Savage Planet existe sempre muito que fazer, até porque podemos documentar (digitalizar) inúmeros itens, plantas, animais, estruturas, entre outros, para além de recolher muitos recursos especiais e específicos, e até mesmo descobrir alguns segredos!

Ainda assim, o já referido acima modo cooperativo (local ou online) aumenta exponencialmente a longevidade, uma vez que partilhar a experiência com familiares ou amigos, permite mais horas de jogo e consequente diversão. Um aparte, é muito divertido, especialmente, quando pontapeamos o nosso parceiro de cooperação de um penhasco para o chão! Atrevo-me que o irão fazer (e sofrer) por muitas ocasiões e soltar sonoras gargalhadas ou gritar alguns impropérios. Faz parte!

Ainda assim, o já referido acima modo cooperativo (local ou online) aumenta exponencialmente a longevidade.

GRAFISMO E SONOPLASTIA

A nível gráfico, Revenge of the Savage Planet apresenta uma direção de arte do estilo desenho animado, sempre muito colorido e com uma palete de cores garridas, vividas e intensas. O detalhe está sempre presente, seja numa simples planta como numa criatura grotesca, perfeitamente caracterizada. E isto são apenas circunstanciais exemplos, porque o grafismo, no seu todo, está muito bem conseguido, em qualquer um dos planetas que visitamos.

A diversificação dos biomas nos díspares planetas tem que ser mencionada e elogiada. Se num primeiro momento estamos num local repleto de vegetação, onde as árvores e plantas reinam na flora, rapidamente passamos para um cenário oposto, como por exemplo, um gélido planeta superficialmente, mas com o seu interior a ser composto por lava efervescente, para mais à frente, visitarmos um planeta deserto e insípido, salpicado de pequenos oásis.

Mas o que seria da aventura se a vertente sonora não contribuísse decisivamente para o seu engrandecimento? As vozes das personagens estão num nível bastante alto e genuinamente bem-criadas, dando um contributo essencial para toda a diversão. Numa aventura onde o humor é claramente o destaque, aquele tom jocoso e cómico, tinha que estar obrigatoriamente presente e fá-lo com distinção. A banda sonora, sempre alegre, intensa e até em determinadas ocasiões extremamente exuberante, transmitem as sensações certas, ajudando a dar vida aos locais onde nos encontramos.

Se num primeiro momento estamos num local repleto de vegetação, onde as árvores e plantas reinam na flora, rapidamente passamos para um cenário oposto...

CONCLUSÃO

Em suma, Revenge of the Savage Planet é uma aventura onde o humor está bem patente do início ao fim, mas simultaneamente é uma sátira perfeita a alguns acontecimentos que a vida real nos proporciona. Grafismo e sonoplastia extremamente cativantes e cómicos.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas



 
 

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