JOGOS: Final Fantasy VII Rebirth | Análise

8.3.24

Seguramente que Final Fantasy VII Rebirth era um dos títulos mais aguardados deste ano civil pela comunidade dos amantes dos videojogos e, finalmente, chegou a altura de colocarmos as mãos nesta autêntica obra de arte, desenvolvida e publicada pela Square Enix, numa experiência exclusiva (pelo menos para já) para a PlayStation 5.

Antes de avançarmos concretamente para o artigo de opinião, considero pertinente fazer um enquadramento dos planos e ideias que o estúdio responsável pelo desenvolvimento tem para o Final Fantasy VII. O título original foi disponibilizado no longínquo ano de 1997 e foi de imediato, um dos RPGs mais aclamados de sempre, despertando enorme paixões entre os jogadores. Em 2020, foi lançado Final Fantasy VII Remake, o primeiro jogo de uma trilogia anunciada pela Square Enix, que, no seu conjunto, completarão definitivamente o remake do jogo original. Posto isto, Final Fantasy VII Rebirth é sequela direta de Final Fantasy VII Remake e a história e ação, ocorrem imediatamente após os acontecimentos finais de FF VII Remake.

Obviamente que, como se trata de uma sequela direta do seu antecessor, ter jogado o primeiro título assume contornos primordiais. Para tal, existe uma versão interessante, a DIGITAL TWIN PACK que incluí os dois jogos, permitindo começar a experiência desde o ponto de partida. Por outro lado, se já jogaram o primeiro título e apenas querem relembrar um pouco daquilo que aconteceu, podem optar pelo resumo, bastante completo e detalhado, existente no menu inicial do jogo. Ainda assim, na minha opinião, vale muito a pena, disporem de alguma longas horas para começarem a aventura desde o princípio, mesmo que já o tenho feito no passado, optando pelo Final Fantasy VII Remake Intergrade, uma versão para a PlayStation 5, que incluí melhoramentos gráficos e aspetos técnicos, mas também adiciona diverso conteúdo inédito, especialmente sobre uma nova personagem, a Yuffie.

Posto isto, chegou a altura de avançar para a trama, ou melhor, para a sua continuação. Sobre o lema “A viagem desconhecida continua…”, a aventura inicia-se de uma forma intensa e frenética, aparecendo Zack Fair a transportar um debilitado Cloud, no entanto, apercebe-se através das imagens televisivas que as tropas da Shinra capturaram Barrett, Tifa, Aerith e Red XIII, partindo de imediato para a tentativa de os salvar. Entretanto, numa espécie de analepse, Cloud começa a contar aos seus amigos, como foi o seu passado na companhia de Sephiroth, alguém por qual tinha uma tremenda admiração e respeito. Mas vou parar por aqui, pois até porque a história merece ser conhecida e desfrutada com as mãos no comando e não com os olhos a ler uma crónica, no entanto, não vão faltar surpresas e volte-faces, mesmo para aqueles que já jogaram o título original de 1997.

Cloud começa a contar aos seus amigos, como foi o seu passado na companhia de Sephiroth, alguém por qual tinha uma tremenda admiração e respeito...

Centrando atenções nos diferentes aspetos que constituem um jogo e iniciando pela sua jogabilidade, Final Fantasy VII Rebirth mantem as mecânicas presentes em FF VII Remake, sendo de imediato familiar ao jogador que já deu início à aventura no título antecessor. Porém, da mesma forma que as semelhanças são manifestamente evidentes, paulatinamente nos apercebemos que o estúdio de desenvolvimento, desta vez, optou por permitir ao jogador uma exploração mais livre (não totalmente) de um mundo consideravelmente maior, ao invés daquilo que acontecia em FF VII Remake, onde a progressão era mais linear. Outro destaque vai para mecânica "Synergized", que surgiu pela primeira vez na campanha "Episode INTERmission" do conteúdo descarregável (DLC) para Final Fantasy VII Remake Intergrade, que permite que os membros do grupo sincronizem os seus ataques à custa de barras ATB que se enchem mais lentamente. O restante, tudo muito análogo, ou seja, as personagens utilizam ataques físicos, armas e magias, recorrem a poções que restauram a vida e energia e outras que potenciam habilidades e capacidades. No fundo, continua (evidentemente não poderia ser de outra forma) o mesmo estilo de jogo, misturando ação mais direta com momentos de estratégia, como por exemplo, quando selecionamos as magias ou habilidades especiais das personagens, a ação é pausada, permitindo ao jogador planear (com alguma calma) o elemento a usar.

...as personagens utilizam ataques físicos, armas e magias, recorrem a poções que restauram a vida e energia e outra que potenciam habilidades e capacidades.

Ainda nesta vertente, tal como referido acima, o mundo de FF VII Rebirth é consideravelmente maior e com uma diversidade mais elevada de locais para investigar, explorar e simultaneamente potenciando mais encontros indesejados. Por um lado e num plano inicial, pode ser considerada uma situação interessante e que aumenta a longevidade de um título, que já por si só, é longo, no entanto, em determinados momentos e apenas quando nos deslocamos de um local para o outro, sem nada o fazer prever, somos brindados com inúmeros combates aleatórios, alguns deles, apresentando níveis complexos de dificuldade, atrasando, sem dúvida alguma, a progressão na trama. Sinceramente, fiquei com a sensação que não existia necessidade nenhuma desse exagero, até porque o título já possui bastante conteúdo, muitas missões secundárias e claramente opcionais, minijogos, entre outras possibilidades.

Por falar em minijogos, vejo-me obrigado a referir um que tanto me agradou, como me fez despender mais alguma horas de jogo, só para vencer todas as provas. Sim, estou a falar das fantásticas corridas de Chokobos. São mesmo agradáveis de participar, independentemente da recompensa que o jogador poderá conquistar caso seja o vencedor. Atrevo-me mesmo a escrever, que caso fosse o jogo à parte, certamente iria ter sucesso, uma vez que é bastante completo, divertido e não deixa nada a desejar a tantos jogos de karts disponíveis no mercado, como por exemplo o Chocobo GP (que até o considero inferior em termos de jogabilidade e versatilidade). No entanto, FF VII Rebirth disponibiliza diversas e atividades paralelas e outros minijogos, que são sempre recompensadores (não obrigatórios, mas aconselháveis) para o jogador, porém obrigam a gastar mais horas num título, cuja trama principal já é evidentemente extensa.

o mundo de FF VII Rebirth é consideravelmente maior e com uma diversidade mais elevada de locais para investigar, explorar...

A nível gráfico, Final Fantasy VII Rebirth apresenta-se soberbo. Já era assim no FF VII Remake na versão da PlayStation 4, passou ainda a ser mais evidente esse desígnio no FF VII Remake Intergrade para a PlayStation 5 e agora, FF VII Rebirth consegue ainda elevar mais um pouco uma fasquia que já estava a roçar a perfeição. Tudo foi pensado e desenvolvido ao pormenor, desde as expressões, a movimentação e animações das personagens, os cenários detalhados e ricos em conteúdo, as intensas e repletas de movimentos cenas de combate, sempre com uma conotação obvia e necessária ao tipo de jogo desenvolvido por um estúdio nipónico e com bastantes provas dadas no passado. A sonoplastia, tal como o grafismo, está num patamar de eleição. Criada pelo compositor Nobuo Uematsu, uma miscelânea de músicas especiais e originais, que dão enorme vida a um título bastante completo e essencial para todos os amantes dos videojogos. Nota final para a presença do idioma Português do brasil, nos menus e na legendagem do jogo, o que é sempre motivo de regozijo.

Tudo foi pensado e desenvolvido ao pormenor, desde as expressões, a movimentação e animações das personagens, os cenários detalhados...

Em suma, Final Fantasy VII Rebirth é um hino aos videojogos! É o 2º capítulo de uma narrativa empolgante, com visuais deslumbrantes, acompanhados por uma banda sonora de eleição. No plano menos positivo, talvez as excessivas missões secundárias e atividades paralelas.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

  • Share:

Também poderá gostar de

0 comments