JOGOS: FIFA 23 | Análise

20.10.22

Tal como ocorre em todos os anos, chegou a hora de FIFA 23 ser jogado nas diversas plataformas, mas este ano com uma importante particularidade, ou seja, é o último título do mais famoso simulador de futebol com a chancela da Electronic Arts.

Sim, é verdade, depois de tantos anos, a parceria entre a FIFA e a Electronic Arts vai terminar, sendo o FIFA 23 o derradeiro título, ficando obviamente na história, por isso o estúdio de desenvolvimento fez um esforço para que a despedida fosse um marco significativo. Será que o conseguiu?

Os lançamentos sazonais são sempre encarados com um misto de emoções, ou seja, se por um lado estamos sedentos de receber novidades, nem sempre tão apelativas e vincadas, por outro lado, abandonar o antecessor, que tantas horas nos fez despender, pode ser realmente um pouco penoso.

Atualmente e como nos últimos anos, FIFA 23 compete praticamente sozinho, sendo campeão todos anos, sentindo claramente a falta de concorrência direta, por isso, a evolução estagnou ligeiramente. A concorrência é sempre saudável e faz progredir, emancipar e crescer em todos os aspetos, sendo fundamental quer nesta indústria como em todas as outras. A hegemonia no seu segmento, assim como uma legião de fãs muito fiéis à escala global, faz de FIFA um dos jogos mais jogados no planeta, apesar enfrentar muitos problemas e duras críticas, ao longo destas décadas de vida.

Para além dos habituais refinamentos gráficos e animações que ocorrem em cada nova versão da franquia, a nota de maior destaque é sem dúvida a tecnologia Hypermotion 2. Disponível somente nas versões para as plataformas com maior capacidade, ou seja, PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC, o Hypermotion 2 é uma tecnologia que permite aproximar aquilo que ocorre no jogo à realidade, permitindo que o realismo de movimentos, animações e detalhes seja cada vez maior. Esta tecnologia vai mais longe e graças à captura de movimentos de atletas em jogos de onze elementos em cada equipa, ou seja, uma partida real, permite não só ter mais realismo na movimentação dos jogadores, mas como também na própria movimentação coletiva da equipa.

Os lances de bola parada, cada vez mais importantes no futebol da vida real, também sofreram profundas alterações. Grandes penalidades, livres diretos ou pontapés de canto, podem ser agora controlados mais pormenorizadamente, sendo possível escolher o ângulo do remate ou o efeito a aplicar no chuto. Detalhes e mais detalhes, mas a chave do sucesso para se vencer partidas complicadas pode estar neste novo método, porém carece de um período de adaptação, pelo que sugerimos que o treinem bem antes de tentar fazer dele a arma mais forte do jogo.

Mas não só, movimentos técnicos, tão apreciados pelos amantes deste desporto rei, também foram revistos. Alguns existentes nas edições anteriores já eram vistosos, no entanto a sua realização obrigava o jogador a executar complexas combinações no comando, nem sempre resultando no drible pretendido ou perdendo o lance para o adversário. No FIFA 23, as fintas estão mais acessíveis ao trivial jogador, sobretudo aqueles movimentos de corpo que podem tirar do caminho os adversários, porém, aqueles dribles de levar os adeptos à loucura, apesar de estarem mais simples de executar, ainda carecem de uma aprendizagem prévia.

Voltando atenções para outro ponto influente, nesta edição estão incluídas aqui inúmeras equipas, muitas ligas nacionais masculinas completamente licenciadas (outras nem tanto, como a Serie A) e provas internacionais com licenças completas como a Liga dos Campeões, Liga Europa, Supertaça Europeia, Europa Conference League e Taça Libertadores. Novidade é a inclusão de duas ligas femininas, a Liga Inglesa e Francesa, mostrando um significativo avanço na igualdade de direitos no futebol virtual. Para além disso, mais tarde, serão disponibilizados os dois campeonatos do mundo que irão ocorrer no futuro próximo, o Mundial do Catar 2022 masculino e o Mundial da Austrália/Nova Zelândia 2023 feminino. 

Nos modos de jogo, não existem grande inovações, mantendo-se completamente fiéis ao passado recente. Seja no modo carreira, no idolatrado, mas simultaneamente criticado, Ultimate Team ou até mesmo no Pro Clubs, tudo permanece muito semelhante, sendo refrescado aqui ou ali com levianas alterações cosméticas ou quase impercetíveis evoluções.

Graficamente, FIFA 23, sobretudo nas plataformas com maior capacidade, ostenta uma qualidade de assinalar. Com o avanço tecnológico dos equipamentos, o grafismo apurado e refinado, já era expetável, ainda assim, é fascinante visualizar o nível gráfico atingido pelos videojogos. Já é um cliché habitual avançar com comparações com o realismo, ainda assim FIFA 23 é efetivamente e naturalmente aquele que mais se aproxima desse desígnio. Obviamente, irão sempre encontrar problemas técnicos e alguns bugs mesmo bizarros, porém, sem sombra de dúvidas que esta edição, por tudo que a compõe, é a experiência mais próxima que conseguimos ter de um verdadeiro desafio de futebol.

Resumindo, FIFA 23 encerra uma história de décadas, marcadas por muitas conquistas e evoluções, nem sempre da melhor forma, apresentando uma versão muito bem polida. É sem dúvida a experiência mais próxima que conseguimos ter de um verdadeiro desafio de futebol, estando confortavelmente sentado no sofá.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas

 

 

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