Mas afinal por que é que o coelhinho traz ovos na Páscoa? - Um texto de Isabel Marques
12.4.17
Como todos sabemos, os coelhos
não põem ovos, mas segundo a tradição é este pequeno mamífero felpudo que traz
os ovos na Páscoa. Há várias teorias e lendas sobre
esta questão, mas todas têm um ponto em comum: a associação à fertilidade, à
prosperidade e à renovação da vida.
A festa da Páscoa, embora seja
mais comummente associada à festa cristã da ressurreição de Jesus, tem também as
suas origens pagãs associadas à celebração da Primavera e à homenagem a Ostera,
deusa da fertilidade e da Primavera na mitologia dos antigos povos pagãos da
Europa do Norte (em alemão Páscoa é “Ostern” e em inglês é “Easter”). Nestas
festividades, o coelho e os ovos pintados com cores brilhantes eram utilizados
como símbolo de fertilidade. A Páscoa tem ainda origens que
remontam à festa judaica do “Pessach”, que significa “passagem” em hebraico,
uma referência à saída dos judeus do Egito e à sua libertação.
A Páscoa significa, tanto para
judeus como cristãos, a esperança de uma vida nova, pelo que o coelho e os ovos
de Páscoa também partilham este contexto de fertilidade e de vida. O coelho é desde o antigo Egito
um símbolo de fertilidade e foi associado à Páscoa através de lendas que têm
perdurado no tempo.
Uma das mais conhecidas conta que
uma mulher pobre escondeu ovos coloridos num ninho para entregá-los aos filhos
na manhã da festa. Mas no momento em que as crianças descobriram o esconderijo,
passou um grande coelho que espalhou os ovos, dando a sensação que estes eram
transportados pelo animal. Assim, as tradições pagãs e
religiosas fundiram-se na utilização dos símbolos e dos seus significados,
dando origem ao coelho da Páscoa que distribui ovos.
Mas há sempre quem encontre
explicações mais criativas. É o caso da cadeia de supermercados alemã Netto que
criou um anúncio onde é revelada a origem do coelho da Páscoa: surge do
casamento entre uma galinha e um coelho.
Isabel Marques
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