DESPORTO: Balanço da temporada 2018/19 | FC Porto | Rescaldo e opinião

31.5.19


Agora que terminou a época desportiva 2019/18 é a altura ideal para realizar um pequeno balanço sobre a temporada realizada pelo FC Porto.

Na temporada de 2018/19, o FC Porto realizou 57 jogos oficiais, tendo alcançado 42 vitórias, 9 empates e 6 derrotas, marcando 128 golos e sofrido 49. Curiosamente números muito semelhantes aos atingidos na época transata que valeram a conquista da Liga NOS, mas apesar deste ano serem ainda mais elevados, não valeram o BI-Campeonato.

Regressando um pouco atrás no tempo, a pré-época dos portistas foi um pouco atípica, sobretudo ao nível das transferências. José Sá, Ricardo Pereira, Diogo Dalot, Miguel Layún, Iván Marcano, Diego Reyes, Yordan Osorio, André André, Paulinho, Majeed Waris e Gonçalo Paciência, apesar de uns serem mais influentes na equipa do que outros, todos acabaram por sair. Se no caso de Ricardo Pereira e Diogo Dalot os valores recebidos foram consideráveis e necessários, não se percebe como a maioria dos reforços de inverno da época anterior, apesar de terem tido pouco tempo de jogo, acabassem por não contar e recebido guia de marcha. Para colmatar as saídas, o FC Porto recorreu ao mercado, ainda que muito condicionado financeiramente devido às regras do Fair Play Financeiro da UEFA, fazendo chegar diversos jogadores. João Pedro, Ewerton Pereira, Saidy Janko tão depressa chegaram como acabaram por ser dispensados ou a não contarem para o plantel principal, Jorge e Riechedly Bazoer, ambos emprestados, cedo se percebeu que poucas oportunidades iriam ter e acabaram mesmo por abandonar o clube na janela de transferências de inverno. Chancel Mbemba, aposta para o lugar de Iván Marcano, lesionou-se com alguma gravidade praticamente no inicio da competição oficial, precipitando a aquisição mais cedo de Éder Militão, uma vez que estava previsto chegar apenas em janeiro, altura que o seu vinculo terminava. E realmente existem males que vêm por bem, uma vez que Éder Militão acabou por ser o melhor reforço dos azuis e brancos. Na janela de transferências de janeiro, mais movimentações aconteceram, uma vez que para além dos já referidos acima, Sérgio Oliveira saiu por empréstimo para o PAOK Salónica, ele que foi fundamental no ano anterior, acabou por não jogar com regularidade e optou por sair, também Chidozie foi emprestado ao Caykur Rizespor pelos mesmos motivos. No plano inverso, chegaram ao clube, Fernando Andrade do Santa Clara, Pepe do Besiktas, Wilson Manafá do Portimonense e Mamadou Loum do Moreirense/Braga, mas apesar de alguns terem jogado mais minutos que outros, nenhum foi tão preponderante quanto Éder Militão.

Depois de uma pré-época recheada de jogos, a temporada 2018-19 iniciou-se com a disputa da Supertaça, frente ao surpreendente vencedor da Taça de Portugal do ano anterior, o Desportivo das Aves. O jogo ficou marcado pela presença de dois jovens jogadores da formação do azul e branca no onze titular, Diogo Leite e André Pereira e apesar de o FC Porto ter começado a perder logo aos 14 minutos, os portistas conseguiram dar a volta ao marcador, acabando por vencer por 3-1 com golos de Yacine Brahimi, Maxi Pereira e Jesús Corona, conquistando assim o troféu, aquele que seria o único da temporada.


Na Liga NOS, o FC Porto teve uma prestação pautada pela regularidade, apesar de alguns momentos melhores e outros bastante abaixo do aceitável, como por exemplo a derrota à 3ª Jornada, em pleno Estádio do Dragão frente ao Vitória de Guimarães por 2-3, seguindo nova derrota à 7ª Jornada, no Estádio da Luz frente ao SL Benfica, igualando o mesmo número de derrotas que obteve em toda a temporada do ano transato. Curiosamente, a partir desse momento, os portistas uniram-se e conseguiram alcançar 18 vitórias consecutivas, para todas as competições e ainda juntaram mais alguns jogos sem perder, totalizando 26 partidas sucessivas sem conhecer o sabor amargo da derrota, dando a sensação que iria ser novamente campeão nacional, o que não viria a acontecer. Dois empates seguidos fora de casa, frente a Vitória de Guimarães (0-0), Moreirense (1-1) e uma derrota caseira frente ao rival SL Benfica, permitiu que à 24ª jornada os encarnados passassem para liderança da liga, a qual viriam a conquistar. Em termos globais, o FC Porto acabaria no 2º Lugar com 27 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, marcando 74 golos e sofrendo apenas 20, sendo de longe a melhor defesa da prova.


Na Liga dos Campeões, o FC Porto conseguiu melhorar a prestação do ano anterior, sendo eliminado nos Quartos de Final, pelo finalista da competição, Liverpool. Na fase de grupos, os portistas estiveram imperiais e enfrentando equipas como o Schalke 04, Galatasaray e Lokomotiv de Moscovo, acabaram por vencer 5 dos 6 jogos, apenas empatando um, frente ao Schalke 04 na Veltins-Arena em Gelsenkirchen por 1-1. Nos oitavos de final, derrota frente aos italianos da Roma na primeira mão realizada no mítico Stadio Olimpico por 2-1, no entanto, na segunda mão, no Estádio do Dragão, os portistas foram claramente superiores e venceram por 3-1 após prolongamento, carimbando o passaporte para os quartos de final. O FC Porto acabou por perder os dois confrontos frente ao colosso inglês Liverpool, apesar da boa réplica dada em ambas as partidas. No cômputo geral, foi uma participação que superou as expectativas, valorizando do futebol português na europa na maior prova a nível de clubes.


Na Taça de Portugal, os azuis e brancos foram eliminando com maior ou menor dificuldade todos os adversários que foram sendo sorteados, Vila Real, Belenenses, Moreirense, Leixões e Braga, até chegar à final para defrontar o Sporting CP. Apesar de terem sido claramente superiores durante os 120 minutos de tempo de jogo, acabaram por empatar 2-2 e depois perder nas grandes penalidades, não conseguindo vencer a competição.


Na Taça da Liga, competição que os portistas nunca venceram e este ano não o conseguiram, perdendo na final, frente ao Sporting CP e novamente nas grandes penalidades, após 1-1 nos 90 minutos. Antes da final, na fase de grupos o FC Porto ficou em 1º lugar, em igualdade pontual com o Chaves, mas avançou para a final four por causa do número de golos. Nas meias-finais, disputada em Braga, o FC Porto venceu o SL Benfica por 3-1, avançando para a final.


Em jeito de balanço, foi uma temporada longa, repleta de jogos e de sentimentos contraditórios, uma vez que o FC Porto esteve bem perto de conquistar todos os troféus domésticos, mas acabou por perdê-los todos. Se na Liga NOS, os azuis e brancos tiveram tudo nas mãos, estando mesmo com 7 pontos de avanço do segundo classificado, nas Taças acabaria por ser a lotaria das grandes penalidades a decidir o vencedor e apesar de em ambas as finais o FC Porto ter sido claramente superior. Na europa, os portistas realizaram talvez o melhor percurso dos últimos anos, arrecadando prestigio e também muitos milhões de euros.

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2 comments

  1. Li com muita atenção este comentário de Carlos Siva-NECTEP, comentario sobre o que foi a época futebolisca que agora terminou.
    Gostei muito deste balanço descrito por Carlos Silva no qual notasse os seus verdadeiros conhecimentos desportivos e que cativa o leitor a ler até ao fim.
    O FCPORTO esteve em todas as frentes
    e bem perto de conquistar alguns títulos e nada ganhou. Nem com sete pontos de avanço sobre o rival, nem nas penalidades, nada conseguiu como foi comentado.
    Bem, vamos lá ver se a próxima época correrá melhor. É isso que nos espersmos.
    Saudações desportivas e até à nova época, despedindo-me com Abraços para todos os adeptos em geral.

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    1. Obrigado pelo comentário. A próxima temporada tem que ser melhor, mas irá ser na mesma difícil. Abraço.

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