DESPORTO: Classificação final da Liga Portuguesa - 2017/18 | Rescaldo e opinião

23.5.18


A Liga NOS chegou ao fim e agora é tempo de fazer uma espécie de balanço, partilhando a minha opinião sobre o a competição.

No topo da classificação e vencedor da prova, ficou o FC Porto, regressando assim aos títulos quase 5 anos depois do último conquistado. Por muito que se diga o contrário, Sérgio Conceição chegou ao reino do Dragão, como segunda escolha, uma vez que o preferido para comandar os destinos da equipa era Marco Silva, no entanto acabou por não se concretizar, aparecendo Sérgio Conceição como uma espécie de plano B. O FC Porto, devido às regras de Fair Play financeiro, não pôde atacar o mercado de transferências obrigando Sérgio Conceição a utilizar elementos que outrora não serviam para o plantel e foram emprestados, para além de ter ficado privado de dois dos mais promissores jogadores jovens do plantel, André Silva e Rúben Neves, entretanto vendidos. A juntar a tudo isto, o número de elementos à disposição do treinador era demasiado curto para o FC Porto atacar todas as provas, apesar de no mercado de inverno ter sido ligeiramente corrigido, o que em caso de lesões e castigos (que se veio a verificar) poderia ser preocupante. Pois bem, Sérgio Conceição soube ser superior a todas essas situações, enfrentou o desafio olhos nos olhos, sem desculpas e conseguiu alcançar o tão ambicionado título, atingindo o máximo histórico de pontos do clube. E mais, foi apenas eliminado em ambas as taças na lotaria das grandes penalidades, o que com um pouquinho mais de sorte, poderia as ter conquistado. Na Liga dos Campeões, conseguiu alcançar o objetivo, passar a fase de grupos, sendo eliminado pelo finalista Liverpool.

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Em segundo lugar, SL Benfica que mesmo na última jornada conseguiu ultrapassar o rival Sporting CP, assegurando a possibilidade de participar na Liga dos Campeões, caso vença a pré-eliminatória. Foi claramente uma temporada de pouco investimento, onde viu partir muitos elementos com inegável valor, não sendo substituídos por outros à mesma altura, sobretudo na zona defensiva, no entanto, houve uma altura da época, já bem perto do fim, que pareceu ter condições para assegurar o inédito penta campeonato, mas a derrota caseira frente ao FC Porto precipitou o seu fim. Realizou uma época atribulada, mas em crescendo e caso tivesse maior assertividade na parte final poderia mesmo conquista o título, no entanto, fica manchada pela horrível Liga dos Campeões, com 0 pontos em 6 jogos e sobretudo num grupo teoricamente acessível, junto de Man Utd, Basileia e CSKA Moscovo. Nas restantes competições, viu-se arredada das decisões muito cedo, sendo eliminado pelo Rio Ave na Taça de Portugal e fazendo 3 pontos na fase de grupos da Taça da Liga, muito pouco para um clube com tantas ambições. De salientar, que bem no início da temporada, o SL Benfica, conquistou a Supertaça de Portugal com um triunfo claro, 3-1 frente ao Vitória de Guimarães.

No terceiro lugar, Sporting CP, numa temporada recheada de situações complicadas, onde o maior investimento da prova e um plantel cheio de soluções, em quantidade e qualidade, não foi suficiente para ganhar mais nada para além da Taça da Liga. É justo também afirmar que a equipa verde e branca, liderada por Jorge Jesus, esteve até ao final a disputar todas as competições, Liga NOS, Taça de Portugal (perdeu na final), Taça da Liga (Vencedor) e Liga dos Campeões, num grupo difícil (com Barcelona, Juventus e Olympiacos) conseguiu estar na luta do apuramento, sendo relegado para a Liga Europa onde alcançou os quartos de final da competição, caindo aos pés do vencedor, Atlético de Madrid. Até certo momento, apesar se não ter conseguido conquistar o troféu mais apetecido, Liga NOS, a época até poderia ser considerada positiva (caso tivesse alcançado o 2º lugar e ganho a Taça de Portugal), mas uma ponta final impensável, fruto de um misto de quezílias entre Presidente e membros da direção, equipa técnica, jogadores e adeptos, impediu que assim fosse.

Relativamente às restantes equipas, destaque para o SC Braga, ao atingir o normal 4º lugar, mas uma segunda volta de grande nível, permitiu mesmo sonhar com uma posição mais acima, o que não se veio a verificar. Excelente plantel, recheado de bons valores e muito bem orientado por Abel Ferreira, o SC Braga cimentou mais uma vez o estatuto de 4º grande de Portugal, podendo mesmo eventualmente lutar ombro a ombro com os clubes de maior dimensão. Destaque ainda para o Rio Ave, quer realizou mais uma época ao nível das anteriores, sempre perto dos lugares cimeiros da classificação, mas sobretudo pelo excelente futebol apresentado, Chaves que depois de na época de regresso à primeira divisão, onde conseguiu um honroso 11º lugar, este ano superou essa marca, classificando-se em 6º lugar. Uma palavra especial para as campanhas de Marítimo e Boavista, onde Daniel Ramos e Jorge Simão respetivamente, guiaram as suas equipas a temporadas tranquilas, Portimonense e Tondela, que bem cedo alcançaram a manutenção e Desportivo da Aves que não após ter subido e numa época com 3 treinadores, José Mota garantiu a manutenção e conquistou a Taça de Portugal, um facto sem dúvida de louvar.

No plano contrário, temporada abaixo das expetativas de Feirense, sobretudo devido ao legado deixado na anterior (8º lugar), apesar de ter conseguido a manutenção na última jornada. Uma palavra especial para o facto de o presidente não ter caído na tentação de despedir o treinador, permitindo a Nuno Manta realizar o seu trabalho, recolhendo os frutos no final. Épocas para esquecer de Paços de Ferreia e Estoril Praia, que 13 e 6 anos respetivamente, voltam à segunda liga, ainda por cima com planteis recheados de bons valores, mas diversas mudanças na estrutura técnica, assim ditaram.

JOGADORES EM DESTAQUE:
Jonas – SL BENFICA
Marcar 34 golos (37 em todas as competições) em qualquer campeonato não é fácil, mas o brasileiro conseguiu atingir essa importante marca, apesar de algumas lesões que o impediram de jogar mais desafios. Amargo de boca, tal como a equipa, ao não marcar nenhum na Liga dos Campeões.
 Bas Dost – SPORTING CP
Ponta de lança puro, com uma capacidade mortífera na área, mais uma vez e apesar de um inicio complicado, conseguiu marcar 27 golos (34 em todas as competições), perfazendo 70 golos em 90 jogos em duas temporadas ao serviço dos leões.
Moussa Marega – FC PORTO
Fundamental para a conquista do campeonato, não só pelo elevado número de golos marcados, 22 (23 em todas as competições), mas sobretudo pelo intensidade, entrega e desgaste proporcionado aos defesas contrários. Autêntica surpresa, pois devido ao fraco rendimento apresentado na última vez que representou o FC Porto, não era de todo esperado que fosse um elemento fundamental na manobra da equipa.
 Alex Telles – FC PORTO
O jogador da Liga NOS com mais assistências, 13 no total e ainda contribuiu com 3 golos (4 no total das competições), mas sobretudo pela influencia que teve no jogo da sua equipa, ao realizar constantes subidas pelo flanco esquerdo. Dos jogadores com mais minutos de jogo, confirmou este ano, as boas indicações deixadas na época anterior.
Bruno Fernandes – SPORTING CP
Época em cheio, recheada de golos, assistências e excelentes exibições, provando a todos os níveis que o jogador jovem e português tem muita qualidade, bastando apostar e dar continuidade. Ponta final de temporada ligeiramente menos conseguida, talvez pelo desgaste acumulado ao longo das diferentes competições, uma vez que realizou cerca de 60 jogos.
Shoya Nakajima - PORTIMONENSE
Revelação da Liga NOS, passando de autentica incógnita para jogador que vai representar a sua pátria (Japão) no Mundial da Rússia. 10 golos marcados e 10 assistências, fizeram do pequeno nipónico um elemento fundamental na boa campanha realizada pela sua equipa.
Raphinha – V. GUIMARÃES
Foi o jogador com mais influência na manobra da sua equipa, aliando a velocidade e técnica individual aos golos, conseguindo 15 na Liga NOS (18 em todas as competições), o que para um elemento que não joga no centro do ataque, é de assinalar. A boa temporada realizada, valeu-lhe a transferência para o Sporting CP, onde ter a oportunidade de comprovar todo o seu valor.
Paulinho - BRAGA
No inicio da temporada não se esperava que fosse a primeira escolha para o ataque da sua equipa, no entanto, aos poucos foi-se assumindo com indiscutível e preponderante, marcando 13 golos (17 no total) e tendo inclusive figurados nos 35 pré-selecionados para o Mundial da Rússia, mas ficando de fora na convocatória final. A seguir com atenção na próxima época.
João Novais – RIO AVE
Tardou em afirmar-se como titular absoluto, mas quando o conseguiu, começou a marcar golos em catadupa, sobretudo de bola parada. Agradável surpresa, sendo que as boas prestações lhe garantiram a mudança para o Braga, onde veremos se irá ter a mesma influência.
Ricardo Horta – BRAGA
Mais um dos jogadores da sua equipa que esteve em plano de destaque, com golos 11 (12 em todas as competições), assistências e capacidade de acelerar o jogo ofensivo. Realizou uma temporada ligeiramente acima da anterior, mas com números muito semelhantes, ficando a sensação que tem capacidade para outros voos.

NOTA: imagens zerozero.pt

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